Pai de “Engomadinho” recebe ameaça e diz: “Vai ter uma tragédia”; ouça
CEO da Bybot, Gustavo de Macedo Diniz, de 27 anos, que teria fugido rumo à Ásia, embolsou pelo menos R$ 70 milhões dos investidores
atualizado
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Desde que aplicou um golpe milionário no mercado financeiro de criptomoedas, o principal executivo da plataforma financeira Bybot, Gustavo de Macedo Diniz, conhecido como “Engomadinho do Bitcoin”, está desaparecido. O CEO da empresa, que teria fugido ruma à Ásia, embolsou pelo menos R$ 70 milhões dos investidores. De origem humilde, a família de Diniz passou a ser pressionada por clientes que viram seus investimentos evaporarem.
Em um áudio obtido pela coluna, um homem liga para o pai de Gustavo Diniz, que até hoje vive em Mogi das Cruzes, no interior de São Paulo. Na conversa, o investidor conta que chegou a investir o valor total da venda de uma casa e que perdeu tudo. “Todos estão atrás dele e vão começar a ir atrás do pai, da mãe e do irmão”, diz o homem.
Em seguida, o pai de Engomadinho informa ter ficado sabendo dos golpes, mas afirma que não há qualquer envolvimento dos familiares com as falcatruas. “Minha vontade é que ele seja encontrado, levado para a delegacia e que fique preso”, disse. O pai ainda revelou que são os avós que cuidam do filho do golpista. “Só viu a criança umas duas vezes e nunca ajudou com nada”, desabafou na gravação.
Em outro trecho, após se sentir intimidado, o pai de Engomadinho diz que os crimes do filho podem respingar em sua família e “vai ser uma tragédia”.
Ouça gravação entre um investidor e o pai do Engomadinho do Bitcoin:
Veja imagens do “engomadinho do Bitcoin”:
O caso
O principal executivo da Bybot deletou todas as redes sociais, apagou os canais de comunicação e fechou a plataforma para saques. Nenhum dos investidores consegue, desde 25 de agosto, sacar a quantia que estava depositada nas carteiras. Antes assíduo nas redes sociais e sempre gravando lives, Gustavo, que passou a ser apelidado de o “Engomadinho do Bitcoin”, teria fugido do país em direção à Ásia.
De lábia afiada, abusando da simpatia e inspirando segurança, o administrador da plataforma costumava gravar vídeos para os seguidores e mostrava que o negócio era “seguro” e totalmente legalizado. A Bybot operava, principalmente, com a chamada arbitragem de criptoativos. O processo é bastante conhecido no mercado de ações. Quando um investidor decide trabalhar por esse método, ele começa a negociar ativos por preços baixos e oferecê-los em plataformas que pagam um preço maior. A diferença, então, fica com o investidor.
Gustavo Diniz viajava o mundo colhendo frutos do sucesso financeiro proporcionado pela plataforma. Natural de Mogi das Cruzes, em São Paulo, o trader se afastou da família — que leva uma vida simples no interior paulista — para viver uma rotina de ostentação. Antes de apagar suas redes sociais, o gestor da Bybot publicava fotos em resorts de luxo, estações de esqui e praias paradisíacas.
Fuga rápida
Sem se identificar, um empresário do DF que perdeu 15 mil dólares afirmou que o golpe ocorreu muito rapidamente. “Não sabemos, de fato, o que aconteceu. Estávamos todos aguardando a suposta manutenção e, repentinamente, o Gustavo derrubou o site, apagou o perfil no Instagram e sumiu do Telegram”, disse.
Assim que a Bybot saiu do ar, Gustavo Diniz nunca mais foi visto, nem nas redes sociais e muito menos pessoalmente. Ele teria um braço operacional da plataforma na Tailândia. “A suspeita de muitas pessoas que perderam fortunas e estão no encalço dele é que o destino do golpista tenha sido Bangkok”, disse o empresário.