Padaria da Asa Sul furta energia que abasteceria 1,5 mil casas
Neoenergia Brasília identificou o furto e vai denunciar estabelecimento à Polícia Civil do DF. Outros locais também foram flagrados
atualizado
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A Neoenergia Brasília flagrou uma rede de padaria tradicional da Asa Sul furtando energia elétrica. De acordo com a companhia, a unidade, localizada na Quadra 116 Sul, furtou energia suficiente para abastecer 1,5 mil casas por um mês.
O flagrante faz parte da segunda fase da Operação Massa Fresca. Após análise do centro de inteligência, a Neoenergia realizou uma verificação em campo que constatou desvio de energia de 283.066 kWh pelo estabelecimento.
O medidor com irregularidade foi substituído e aferido em laboratório, o sistema de medição do estabelecimento regularizado e as constatações, inclusive com registros fotográficos, serão enviados à Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) para que os responsáveis respondam em âmbito criminal.
“A Neoenergia vem intensificando as ações de fiscalização em todo o Distrito Federal com a utilização de softwares associados a sensores inteligentes, que medem o fluxo de energia elétrica na rede de distribuição”, explica o gerente de Proteção da Receita da Neoenergia Brasília, Luiz Paulo Marinho. “Com essa tecnologia é possível ser mais assertivo na localização das fraudes e desvios e, consequentemente, no combate ao furto de energia”, finaliza.
Além da padaria, a distribuidora encontrou, nesses últimos dois meses, mais três estabelecimentos com irregularidades significativas na medição consumida e mensurada pelos medidores de energia. Um em Águas Claras, outro no Riacho Fundo e, por fim, um no Setor de Armazenagem e Abastecimento Norte (SAAN). O volume de energia recuperado nesses estabelecimentos foi de 1.836.330 milhões de kWh, equivalente ao consumo de aproximadamente 10 mil residências por um mês.
Combate ao furto de energia
No último mês de outubro, a Neoenergia Brasília encontrou irregularidades no consumo de energia de um clube tradicional da Asa Sul. O desvio de energia era de 1.370.288 kWh, suficiente para abastecer mais de sete mil casas por um mês inteiro.
Em agosto, na primeira fase da operação “Massa Fresca”, realizada em parceria com a 20ª e a 14ª Delegacias de Polícia, além do Instituto de Criminalística (IC), a distribuidora encontrou três estabelecimentos – duas padarias e uma pizzaria -, localizados no Gama, com irregularidades. O volume de energia recuperado foi de 450 mil kWh, equivalente ao consumo de aproximadamente 2.500 residências por um mês.
Em julho, a distribuidora realizou duas fases da Operação Happy Hour e novamente encontrou bares e restaurantes com irregularidades significativas. Na primeira, um bar, na Asa Sul, teve o volume de energia recuperado de 250 mil kWh, equivalente ao consumo de aproximadamente 1,4 mil residências por um mês.
Mais 4 bares e restaurantes do DF são flagrados furtando energia no DF
Poucos dias depois, mais quatro estabelecimentos foram pegos. Três deles estão localizados na Asa Sul e outro em Águas Claras. O volume de energia recuperado foi de 1.043 milhões de kWh, equivalente ao consumo de aproximadamente 5.800 residências por um mês.
Crime
Segundo a Neoenergia, os “gatos de energia” representam riscos para a segurança de quem os realiza e da população. A prática é ilegal e prejudica o fornecimento de energia da região, podendo causar graves problemas para a rede elétrica e ocasionar a interrupção do abastecimento.
O furto de energia é crime previsto no artigo 155 do Código Penal Brasileiro, com pena de até a oito anos de reclusão pela prática ilegal. A Neoenergia reforça que o apoio da comunidade é essencial para identificar os desvios. As denúncias podem ser feitas, de forma anônima, por meio do telefone 116.
O outro lado
O Metrópoles procurou a padaria em questão, a qual afirmou, por meio de nota, que o estabelecimento não foi notificado oficialmente pela Neoenergia. “Sempre estivemos à disposição para contribuir com qualquer averiguação e, caso seja identificada qualquer irregularidade, não nos isentaremos das nossas responsabilidades.”
A loja ressaltou que os atuais donos, Lázaro Guimarães e Luanna Guimarães, adquiriram o local no final de 2018 e no início do funcionamento, em 2019, os novos sócios identificaram “que o consumo de energia era menor quando comparado com as outras duas lojas”.
Segundo eles, houve uma solicitação, na época, à CEB para que a empresa realizasse uma vistoria no medidor de energia. “O que de fato ocorreu. No entanto, nenhuma irregularidade foi identificada e fomos autorizados a continuar com as nossas atividades regularmente”, finalizaram.