Pacto com Lúcifer: satanistas cobram R$ 1,5 mil por “ritual de abundância”
Os satanistas oferecem, ainda, a opção de parcelar os “rituais de abundância” no cartão de crédito em até 12 vezes
atualizado
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Em perfis nas redes sociais, os satanistas que lideram a seita Nova Ordem de Lúcifer na Terra (NOLT) usam as redes sociais para informar a outros integrantes do culto sobre a realização de “rituais de abundância”. O grupo trava uma disputa judicial com o governo municipal de Gravataí (RS) para inaugurar um santuário voltado para cultuar a imagem de Lúcifer. A Justiça deferiu liminar para evitar a peregrinação no sítio onde a estátua foi erguida.
Com quase 10 mil seguidores no Instagram, os satanistas tentam levantar recursos por meio dos rituais. Um deles, publicado no perfil, está o “Ritual das Três Luas de Hecate”. O rito leva o nome da deusa de necromancia associada a encruzilhadas, entradas, fogo, luz, a lua, magia, bruxaria, o conhecimento de ervas e plantas venenosas, além de fantasmas e feitiçaria.
Os satanistas explicam que o ritual “trabalha com a transmutação de energias negativas, fazendo com que todo o mal se modifique em crescimento, abundância e entendimento na vida”. No entanto, a abundância citada pelos líderes da ordem tem um preço. O ritual individual custa R$ 1.450 enquanto o coletivo sai por muito menos: R$ 285. Os satanistas ainda lembram que os rituais podem ser parcelados no cartão de crédito em suaves prestações, de até 12 vezes.
Local sigiloso
Lucas Martins é conhecido como mestre Lukas de Bará da Rua, dentro da Ordem. Ele explica que, dentro da tradição religiosa, é comum que os líderes adotem nomes simbólicos que refletem a entidade espiritual com a qual trabalham. No caso dele, “Mestre” é o título, “Lukas” é seu nome pessoal, e “Bará da Rua” é a entidade espiritual associada. Em Gravataí, Lucas também gerencia uma produtora de eventos e duas casas noturnas.
Já Tata Hélio de Astaroth é o nome religioso de Hélio Brum, 23. Ele diz ter formação em quimbanda Independente, satanismo tradicional e demonolatria. Também diz atuar como psicanalista, empresário e cursar teologia. Em seu nome religioso, “Tata” indica seu grau na quimbanda, enquanto “Astaroth” é o demônio com quem ele tem um pacto. Ele mantém “Hélio” como referência ao seu nome de nascimento.
De acordo com os líderes, o projeto de construção do santuário não fica em área urbana, mas em um sítio, que conta com cerca de cinco hectares. O grupo, formado por aproximadamente de 100 pessoas, realiza rituais no local, ao ar livre. A localização exata, por motivos de segurança, é mantida em sigilo.