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Pacientes criticam transporte durante tratamento contra câncer: “Meu filho ficou todo mijado”

São pessoas com necessidades especiais ou em tratamento de câncer, que buscam assistência hospitalar no DF, que tem mais estrutura

atualizado

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1 de 1 paciente espera - Foto: Imagem cedida ao Metrópoles

A situação do transporte disponibilizado pela prefeitura de Planaltina (GO) tem causado revolta em pacientes que precisam se deslocar para o Distrito Federal em atendimento médico. São pessoas com necessidades especiais ou em tratamento de câncer, que buscam assistência hospitalar em outros locais, já que não há estrutura no município.

Em uma das situações, a van que deslocava os pacientes perdeu os freios. Os pacientes, então, alegam que esperaram por horas para que o veículo fosse trocado. “Meu filho ficou todo mijado”, afirmou Jaqueline Silva, mãe de Hugo Arthur, 12 anos. O menino foi diagnosticado com câncer desde que nasceu.

Veja vídeo dos pacientes nessa situação:

O caso teria ocorrido em 10 de maio, mas não é a única reclamação dos pacientes. “É uma humilhação. A gente consegue uma consulta para atender o nosso filho em Brasília, mas se for um único paciente, eles dizem que não vão levar”, completou Jaqueline. “Às vezes, demorou um mês para conseguir a consulta e fica como se tivéssemos faltado, mas não tenho outra forma de ir.”

Na segunda-feira (22/5), Hugo Arthur foi internado na unidade de terapia intensiva do Hospital da Criança de Brasília José Alencar. “São crianças com deficiência, com doenças graves e que eles tratam como resto. Mas não é resto. Para mim, é o que eu tenho de mais precioso”, declarou Jaqueline.

A dificuldade com o transporte foi tanta para outra paciente, que ela desistiu do tratamento. Ela luta contra um câncer de pele e disse que ainda passava por ansiedade, porque a viagem foi cancelada várias vezes na véspera de sua ida.

“Esse tratamento ia ser bem longo e como eu não tinha como ficar arcando com transporte duas vezes na semana e era muita humilhação e preferi desistir. Falei para os médicos que não estava vendo resultado, só que na verdade estava sim”, contou a paciente, que não quis se identificar. Ela interrompeu em fevereiro e já tem percebido os problemas se agravarem no corpo.

“Eu tinha agendado com antecedência de um mês. Como que me ligam na véspera desmarcando o transporte para o meu tratamento?”, questionou inconformada.

Em outro vídeo, pacientes gravaram a ambulância ficar alagada durante período de chuvas. Assista:

Não é só o desconforto em agenda e nos veículos que tem causado incômodo às pessoas. Floraci Ipólito de Lima é avó e responsável por Jhonatan de Jesus Lima, 9 anos. A criança é tetraplégica desde os nove meses.

Ela contou que em uma viagem recente o motorista dirigia de forma brusca. Segundo ela, em uma freada, o neto caiu do colo dela e foi parar embaixo do banco da van. “As outras pessoas pediram para que ajudasse a carregar. Lá eram só pacientes com câncer e com deficiência, me ajudando a levantar um menino que não mexe do pescoço para baixo”.

Jhonatan é uma criança que não anda, não fala, se alimenta por sonda, tem problemas de visão, não consegue apoiar a cabeça e que precisa de uma cadeira adaptada.

Avó de um menino com paralisia cerebral, Hilda Jesus lembrou do dia que a van ficou parada esperando conserto. “Nesse dia foi um sufoco, pois ficamos muito tempo sem fornecer a alimentação e também as medicações por causa de uma van, que pelo jeito já estava tendo problemas antes, mas mesmo assim colocaram pra levar pacientes graves sem segurança”, destacou.

O neto de Hilda, Jean Gabriel, 10, faz tratamento no Hospital Sarah Kubitschek e no Hospital da Criança.

O prefeito de Planaltina de Goiás, Cristiomario de Sousa Medeiros (PSL), alegou que os veículos foram comprados há apenas dois anos. Segundo ele, desde que assumiu a gestão da cidade, foram comprados nove carros novos e que há, à disposição da população, vans, ambulâncias e carros populares. “Todos os dias fazemos dezenas de transporte”, destacou o prefeito. Ele ressaltou que diariamente saem carros para o Distrito Federal e para Goiânia com pessoas em busca de tratamento.

“Se acontece de um veículo ficar sem freio foi na viagem. O veículo sai de circulação e vai pra oficina”, garantiu Cristiomario. “Não somos um município rico, mas procuramos atender da melhor forma possível”, acrescentou o prefeito.

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