Ouça: faccionado tenta aplicar golpe, é descoberto e canta hino do PCC
Ousado, o golpista chega a desdenhar e “tirar onda” com o policial ao afirmar que torra R$ 25 mil por mês com hospedagem em hotéis de luxo
atualizado
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Cada vez mais apostando nos chamados “call centers” do crime, organizações criminosas faturam alto aplicando centenas de golpes país afora. Uma das tentativas ocorreu contra um policial civil do Distrito Federal, que gravou toda a conversa com um suposto integrante da facção Primeiro Comando da Capital (PCC). Ousado, o golpista chega a desdenhar e “tirar onda” ao afirmar que torra R$ 25 mil por mês com hospedagem em hotéis de luxo.
Uma gravação padrão usada pelas centrais telefônicas de instituições bancárias é o início da malandragem para garantir um ar de veracidade. Do outro lado da linha, o estelionatário se faz passar por um atendente. Na oportunidade, o golpista percebeu que a vítima não havia acreditado na encenação e partiu para a ofensa. “Posso comer seu botão?”, perguntou o criminoso.
Dando corda para o suposto faccionado, o policial simulou “ser do mundo do crime”. Falastrão e com sotaque paulista, o falsário afirma que já havia faturado R$ 500 mil com os golpes e estava gastando R$ 25 mil por mês ao se hospedar em um hotel de Ilha Bela, no litoral norte de São Paulo. “Nóis rouba muito, nós rouba pra caralho [sic].”
Ouça golpista tentando enganar policial civil do DF:
Qual teu carro?
O homem caçoa do policial perguntando que modelo de celular ele usava. Após a resposta, o golpista foi irônico: “Nossa, que merda, hein, mano?”. Logo em seguida, o criminoso questiona sobre o carro usado pelo policial. Mais uma vez, o suposto faccionado conta vantagem garantindo que dirige um SUV de luxo, avaliado em R$ 350 mil.
O suposto faccionado ainda diz que é do 1533 — os números se referem às posições no alfabeto das letras da sigla PCC — o 15 corresponde ao P, e o 3, ao C. Logo em seguida, o golpista entoa uma música adotada como “hino” da facção criminosa. Depois de perceber que não havia como tirar dinheiro de quem havia atendido a ligação, o criminoso se despede e desliga.