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Advogados de faccionado são investigados por venda de videoconferência

Chamadas de vídeo com lideranças de facções presas no Complexo Penitenciário da Papuda eram vendidas por cerca de R$ 150

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1 de 1 Papuda - Metrópoles - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado no Distrito Federal (Ficco-DF), com apoio do Núcleo de Fiscalização do Sistema Prisional (Nupri) do Ministério Público (MPDFT), deflagrou, na manhã desta segunda-feira (21/10), a Operação Cravante, para desarticular um esquema que promoveria apoio externo a um líder de facção preso na capital do país.

As equipes cumprem, no DF e na Bahia, seis mandados de prisão e nove de busca e apreensão expedidos pela 1ª Vara Criminal de Brasília do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT).

Informações repassadas pela Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape) mencionam a constatação de indícios de que diversas pessoas teriam se passado por um advogado, com anuência dele, para se comunicar com detentos do sistema prisional da capital do país. As chamadas de vídeo eram vendidas por cerca de R$ 150.

O inquérito policial revela que ao menos cinco advogados e um estagiário de direito, alvos das ordens judiciais, se revezariam no atendimento a demandas de uma liderança de facção, atuando por fora do exercício profissional para promoção de uma organização criminosa.

Já a liderança presa faria uso da rede criminosa tanto para própria comunicação quanto subsidiaria contato externo para outros presos, para estender a influência do grupo e atrair novos faccionados.

Liderança fortalecida

Durante as chamadas de vídeo, os advogados – ou aqueles que se passavam por eles – fariam ligações para terceiros e os colocariam em contato com os presos. As comunicações seriam feitas, principalmente, para que o detento suspeito de liderar o esquema pudesse manter a administração das atividades criminosas fora do sistema penitenciário.

Em relação à busca pelo fortalecimento da posição do preso junto aos demais internos, o condenado e suspeito também subsidiaria os custos das chamadas, para que os outros pudessem falar com parentes e amigos, e patrocinaria bens e agrados diversos a eles, como alimentos diferenciados e assistência jurídica.

O preso apontado como líder do esquema tem antecedentes por organização criminosa e lavagem de dinheiro, motivo pelo qual se encontra preso preventivamente. Além disso, ele é suspeito de participar do homicídio de um policial federal em Salvador (BA), em setembro de 2023.

Os alvos dos mandados de prisão poderão responder pelos delitos de organização criminosa e lavagem de dinheiro, cujas penas somadas podem passar dos 20 anos de reclusão. Os advogados também tiveram a autorização para exercício da profissão suspensa, segundo decretado pela Justiça.

Cravante

O nome da operação faz alusão ao termo francês que deu origem ao nome da peça “gravata”, em referência ao envolvimento de advogados no esquema.

Ficco-DF

A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco) é composta por integrantes das polícias Federal (PF), Rodoviária Federal (PRF), Penal (PPDF), Militar (PMDF) e Civil do Distrito Federal (PCDF), bem como da
Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen).

O grupo visa à integração e cooperação entre órgãos de segurança pública em ações de prevenção e repressão ao crime organizado e à criminalidade, especialmente grave e violenta.

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