Operação da PCDF e do MP apura irregularidades em contratos de escolas
Deflagrada nesta 3ª, Operação Hogwarts apura supostos direcionamentos nas contratações de empresas por Coordenação Regional de Ensino do DF
atualizado
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![Veículo da Decor, da PCDF, estacionado em frente à sede da Coordenação Regional de Ensino de Planaltina, ao lado de carro preto, estacionado em frente a portão branco da entrada](/_next/image?url=https%3A%2F%2Ffly.metroimg.com%2Fupload%2Fq_85%2Cw_700%2Fhttps%3A%2F%2Fuploads.metroimg.com%2Fwp-content%2Fuploads%2F2022%2F12%2F13080238%2Foperacao-hogwarts-CRE-planaltina-sedf.jpeg&w=1920&q=75)
Equipes da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) e do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) deflagram, na manhã desta terça-feira (13/12), a Operação Hogwarts. A força-tarefa visa apurar suposto direcionamento de contratações de empresas pela Coordenação Regional de Ensino (CRE) de Planaltina e por escolas da região.
Verbas com origem em emendas parlamentares destinadas ao Programa de Descentralização Administrativa e Financeira (Pdaf) teriam sido direcionadas à realização de serviços e compra de materiais por empresas previamente selecionadas, vinculadas a gestores da CRE e de escolas de Planaltina, segundo as investigações.
Posteriormente, com os recursos, as empresas apresentavam, além dos próprios levantamentos, orçamentos de supostas concorrentes. A manobra funcionava como forma de dar aparência legal ao processo e simular competição entre os empresários. Gestores dos colégios envolvidos ainda teriam recebido supostas vantagens indevidas.
Integrantes da Delegacia de Repressão à Corrupção (Drcor), da PCDF, e da Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e Social (Prodep), do MPDFT, cumprem 28 mandados de busca e apreensão, além de seis ordens de prisão temporária, em Planaltina — tanto no DF quanto em Goiás —, em Taguatinga e na Asa Norte.
Entre os detidos temporariamente, há servidores públicos responsáveis pelo uso e pela fiscalização das verbas do Pdaf, além de empresários.
As buscas ocorrem nas casas de donos de empresas e servidores públicos vinculados à CRE de Planaltina; na sede da Coordenação Regional de Ensino; e em estabelecimentos dos negócios supostamente beneficiados ilegalmente.
Os envolvidos podem responder por associação criminosa, estelionato, falsificação de documento, corrupção e lavagem de dinheiro. Se condenados, podem receber penas de até 36 anos de prisão.
O nome da operação faz alusão à escola da franquia de livros e filmes Harry Potter. Como as manobras que envolveram os servidores públicos nos colégios de Planaltina não levantaram suspeitas, o título “Hogwarts” — instituição de ensino de magia e feitiçaria no mundo fictício do bruxo — se conecta, metaforicamente, às práticas investigadas.
Em resposta ao Metrópoles a Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEDF) informou que as investigações correm em segredo de Justiça.
A pasta acrescentou que as regionais de ensino recebem valores do Pdaf e ficam responsáveis pela contratação das empresas, bem como pelos pagamentos. Ao órgão do Executivo local cabe apenas o processo de prestação de contas.