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Oficiais da PMDF presos apagaram mensagens de celular após conversas, diz PGR

Buscas autorizadas pelo STF foram cumpridas no âmbito da Operação Incúria, deflagrada pela PF e pela PGR nesta 6ª feira

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Policial Federal em frente a um predio residencial em aguas claras, a PF prende comandante da PMDF e oficiais denunciados por atos extremistas de 8/11 - Metrópoles
1 de 1 Policial Federal em frente a um predio residencial em aguas claras, a PF prende comandante da PMDF e oficiais denunciados por atos extremistas de 8/11 - Metrópoles - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

A Procuradoria-Geral da República (PGR) apontou haver indícios de que oficiais da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) apagaram mensagens do celular e “podem ter se comunicado por outras formas ainda não identificadas pela PGR ou pela Polícia Federal”.

A informação foi repassada ao Supremo Tribunal Federal (STF) para comprovar a necessidade do cumprimento de mandados de busca e apreensão na casa de militares da corporação suspeitos de agir com negligência diante dos atos extremistas de 8 de janeiro de 2023.

As medidas foram autorizadas pelo Supremo e cumpridas no âmbito da Operação Incúria, deflagrada pela PF e pela PGR, nesta sexta-feira (18/8).

Os alvos foram: Fábio Augusto Vieira, ex-comandante-geral da PMDF; Klepter Rosa Gonçalves, atual comandante-geral da corporação; além de Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues, Paulo José Ferreira de Sousa e Rafael Pereira Martins. Os outros dois investigados — Flávio Silvestre de Alencar e Jorge Eduardo Barreto Naime — não foram alvos de busca, porque já estavam presos.

Veja imagens da Operação Incúria:

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Eles são investigados por suposta omissão diante dos atos extremistas cometidos contra as sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023
Em 8/1/2023, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que não aceitavam o resultado das eleições presidenciais de 2022 invadiram Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal e Palácio do Planalto, em Brasília
Equipes da PF e da PGR cumpriram diversos mandados judiciais contra os alvos
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Força-tarefa teve como alvo sete integrantes da cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF)

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Eles são investigados por suposta omissão diante dos atos extremistas cometidos contra as sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023

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Em 8/1/2023, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que não aceitavam o resultado das eleições presidenciais de 2022 invadiram Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal e Palácio do Planalto, em Brasília

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Equipes da PF e da PGR cumpriram diversos mandados judiciais contra os alvos

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Um dos endereços visitados foi o edifício em que mora o atual comandante da PMDF, coronel Klepter Rosa Gonçalves, em Águas Claras (DF)

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Polícia Federal (PF) e Procuradoria-Geral da República (PGR) deflagraram a Operação Incúria

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A PGR denunciou esses e outros investigados ao STF por crimes omissivos impróprios, em virtude de não terem agido como deveriam enquanto representantes do Estado.

Confira a lista dos presos: 

  • coronel Fábio Augusto Vieira: comandante-geral da PMDF em 8 de janeiro de 2023;
  • coronel Klepter Rosa Gonçalves: subcomandante da PMDF na mesma data e nomeado para o cargo de comandante-geral em 15 de fevereiro seguinte;
  • coronel Jorge Eduardo Naime Barreto: comandante do Departamento de Operações da PMDF em 8/1, mas havia entrado de licença em 3 de janeiro;
  • coronel Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra: comandante do Departamento de Operações da corporação, no lugar de Naime, em 8/1;
  • coronel Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues: chefe do 1º Comando de Policiamento Regional da PMDF em 8 de janeiro de 2023;
  • major Flávio Silvestre de Alencar: atuou em 8 de janeiro de 2023; e
  • tenente Rafael Pereira Martins: atuou em 8/1.

O coronel Jorge Eduardo Naime e o major Flávio Silvestre de Alencar já estão presos. A Procuradoria-Geral da República pediu a manutenção da prisão.

Suposta omissão

O subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos acusa os oficiais de omissão. Para a acusação, os sete policiais que integravam a cúpula da PMDF poderiam ter agido para evitar a invasão às sedes dos Três Poderes.

Relator do inquérito, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, decidirá se aceita ou não a denúncia. Caso receba a acusação apresentada pela PGR, os policiais se tornarão réus por suposta omissão e poderão responder pelos crimes de: abolição violenta do Estado de democrático de direito; golpe de Estado; dano qualificado; deterioração de patrimônio tombado; e violação dos deveres impostos a eles pela lei.

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Extremistas invadem o STF no 8 de Janeiro
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Em nota, a Polícia Militar do Distrito Federal informou que a ação desta manhã se trata de operação da Polícia Federal e que a Corregedoria da PMDF acompanha o andamento do caso. “Quaisquer demandas acerca dos acontecimentos devem ser encaminhadas àquele órgão [à PF]”, informou a corporação.

Defesas

Após receberem a notícia das denúncias, as defesas dos investigados se posicionaram quanto às acusações da PGR no pedido de prisão contra os militares.

Os advogados do coronel Fábio Augusto, João Paulo Boaventura e Thiago Turbay, disseram que receberam “com estranheza o fato noticiado, em especial o pedido de prisão preventiva, que não encontra suporte nos fatos e [para o qual] não há justificativa jurídica idônea possível”.

“Considerando os fatos e as provas disponíveis, não há outra decisão racionalmente motivada diferente da rejeição da denúncia. O coronel Fabio Vieira e sua defesa técnica reiteram a confiança na Justiça e no inarredável compromisso de fortalecimento da democracia”, afirmaram.

A defesa do coronel Jorge Eduardo Naime também se posicionou por meio de nota. No documento, os advogados Iuri Cavalcante Reis, Pedro Afonso Figueiredo e Izabella Hernandez Borges disseram que “a defesa discorda do posicionamento do órgão acusador e provará, em resposta à acusação, a inexistência de qualquer conduta omissiva ou ato de conivência praticado no dia 8 de janeiro de 2023”.

“Pelo contrário, apesar de estar no gozo de uma dispensa-recompensa, o coronel foi convocado para se dirigir à Praça dos Três Poderes, quando o tumulto já estava em estágio bastante avançado, ocasião na qual atuou nos estritos termos legais, objetivando não só proteger e zelar o patrimônio público, como também efetuou diversas prisões de vândalos”, afirmou a defesa de Naime.

A defesa de Paulo José Ferreira informou que o coronel “tem colaborado com as investigações” e que ele “sempre se colocou à disposição das autoridades para todos os esclarecimentos necessários”. Advogado do militar, Cristiano de Oliveira Souza sustenta que o policial “havia assumido o departamento operacional interinamente e a apenas cinco dias da manifestação, tempo insuficiente para se inteirar de tudo o que se passava no Distrito Federal naquele momento”.

“[Paulo José] não participou de qualquer reunião de alinhamento para planejamento tampouco teve acesso aos relatórios de inteligência e às análises de risco sobre as manifestações”, completou, em nota, o advogado Cristiano de Oliveira Souza.

Os demais militares mencionados e alvos da denúncia da PGR também foram acionados, mas não haviam se posicionado até a mais recente atualização desta reportagem. O espaço segue aberto para eventuais manifestações.

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