OAB suspensa: advogado do Comboio do Cão é detido ao defender foragido
Com OAB suspensa, advogado conhecido por trabalhar na defesa do Comboio do Cão foi detido e autuado por exercício de atividade com infração
atualizado
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O advogado criminalista Mikaelson Carvalho Gonçalves, conhecido por trabalhar na defesa de integrantes da facção criminosa Comboio do Cão, foi detido no momento em que se apresentou na delegacia para atuar no caso de foragidos. Ele foi autuado por exercício de atividade com infração de decisão administrativa, porque advogava com a inscrição da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) suspensa.
O caso aconteceu nesta quarta-feira (25/9) nas dependências da 19ª Delegacia de Polícia, localizada no P Norte, Ceilândia. Foi realizado um termo circunstanciado de ocorrência contra o advogado e ele foi liberado posteriormente. Os dois clientes do homem tinham seis mandados de prisão por diversos crimes, como homicídio e furto.
A coluna Na Mira, do Metrópoles, apurou que o Mikaelson Carvalho Gonçalves estava com a inscrição suspensa desde abril deste ano e continuou atuando em alguns casos. A penalidade contra o homem teria duração de 12 meses.
Flagrado com maconha
O advogado flagrado escondendo um tablete de maconha embaixo de uma bancada no Complexo Penitenciário da Papuda, em julho de 2022, é Mikaelson Carvalho Gonçalves. O criminalista, na ocasião, teve o registro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) suspenso por 90 dias.
A coluna apurou que, além de ser preso em flagrante – traficando dentro do sistema penitenciário –, o advogado é servidor do sistema socioeducativo do Distrito Federal. Após ser autuado em flagrante, Gonçalves foi levado para a carceragem do Departamento de Polícia Especializada (DPE), onde está preso em uma cela individual, à espera da audiência de custódia.
No dia da prisão, câmeras de segurança registraram a ação criminosa do advogado. Ao perceberem a movimentação e realizarem vistoria no local, os agentes encontraram o tablete de 15x8cm, com peso aproximado de 250g do entorpecente.
Segundo apurou a reportagem, a droga foi deixada ali para que um preso, responsável pela limpeza do ambiente, buscasse a substância no momento da retirada do lixo. A direção do presídio já está revendo o procedimento a fim de inibir que este tipo de esquema de consolide na sistema.
Um policial penal havia revistado visualmente o advogado, como de costume, e não identificou volume algum. Na sala onde a droga foi encontrada, ninguém havia entrado anteriormente e o defensor seria o primeiro a realizar atendimento no local naquele dia. Segundo apuração, ele apresentava comportamento atípico, inquieto e sempre olhando para o corredor.
Após o cliente preso chegar à sala, do outro lado do vidro, o advogado levantou a camisa e tirou um objeto de dentro da calça. Os dois homens, então, conversaram rapidamente, enquanto o defensor fica com a droga na mão. Em seguida, ele passa álcool em gel no recipiente, nas mãos, e se inclina para baixo da bancada, retornando sem o objeto.