O poder das drogas: tráfico movimentou R$ 36 milhões no DF em 3 anos
Apenas neste ano, os carregamentos de maconha apreendidos foram avaliados pela PCDF em R$ 13,1 milhões e os de cocaína, em R$ 5,1 milhões
atualizado
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Milionário e organizado, o mercado criminoso que movimenta o tráfico de drogas na capital da República foi alvo de levantamento inédito produzido pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). Pela primeira vez, dimensionaram os milhões investidos por criminosos levando em conta todos os carregamentos de drogas apreendidos nos últimos três anos.
Produzido pela Divisão de Análise Técnica e Estatística (Date), o mapeamento aponta que 11,8 toneladas de drogas, avaliadas em R$ 36,9 milhões, foram apreendidas entre janeiro de 2019 e novembro deste ano.
Em 2019, o valor dos carregamentos apreendidos ficou em R$ 2,78 milhões. No ano passado, esse montante saltou para R$ 15,87 milhões e, em 2021, as cifras alcançaram R$ 21 milhões. Apenas neste ano, a PCDF avaliou os tijolos de maconha apreendidos em R$ 13,1 milhões e os de cocaína em R$ 5,1 milhões.
Confira trechos do relatório da PCDF:
PCDF – Estimativa em R$ – Apreensão Drogas:
PCDF – Inquéritos com indiciamento – Tráfico de drogas – Mês
PCDF – Inquéritos com indiciamento – Tráfico de drogas – Ano
PCDF – Proporção por tipo de droga apreendida
PCDF – Prisões por Tráfico de Drogas – Mês
PCDF – Prisões por Tráfico de Drogas – Ano
PCDF – Prisões por Tráfico de Drogas – Ano Total
PCDF – Drogas em Destaque – RAs
PCDF – Unidades que mais apreenderam – Por Droga
Outras drogas
Com relação a outras drogas como o crack, estima-se R$ 2,2 milhões em apreensões, no ano passado. Em 2021, quanto a droga LSD, calcula-se R$ 736 mil em apreensões, sendo basicamente resultado de uma única operação da Coordenação de Repressão às Drogas (Cord).
Segundo a diretora da Date, delegada Mariana Almeida, a comercialização das drogas – do cultivo até à venda no varejo – geram custos em cascatas que elevam os valores das substâncias ilícitas. “Entretanto, destaca-se que, embora as estimativas de preços das drogas apreendidas sejam hipóteticas, sugerem o tamanho do impacto que as operações da PCDF geram no mercado do tráfico, com apreensões e prisões dos envolvidos”, explicou.
Quanto às regiões administrativas, como local da apreensão, cada cidade possui suas características. Com efeito, das regiões que mais tiveram apreensões, por tipo de droga, destacam-se, por exemplo:
- Maconha em Planaltina (37,5%);
- Merla em Ceilândia (93,0%);
- Cocaína em Taguatinga (34,8%);
- Crack em Samambaia (30,9%);
- Haxixe no Recanto das Emas (57,1%);
- LSD no Núcleo Bandeirante (98,4%).
Prisões e indiciamentos
Nos últimos três anos, a média mensal de pessoas presas pela PCDF por tráfico de drogas foi de 117 casos. Em 2019, de 1.491, e em 2020, de 1.372. Neste ano, entre janeiro e outubro, constaram 1.199 detenções, contra 1.197 de 2020 e 1.290 de 2019, ambas do mesmo período.
Ao se considerar as unidades responsáveis pelas prisões, ressalta-se a 15ª Delegacia de Polícia (Ceilândia Centro), com 7,5% desses procedimentos.
A Coordenação de Repressão às Drogas é responsável por 4,9% das detenções. Embora não seja a unidade que mais realiza prisões quantitativamente, é a que mais efetua apreensões em grande quantidade. Isso porque, na condição de especializada, atua no atacado do mercado ilegal de drogas, alcançando lideranças e organizações criminosas.
No período analisado pelo levantamento, relataram-se 6.339 inquéritos com indiciamentos por tráfico de drogas. Nesse caso, conta-se o total de registros de tráfico de drogas realizados e apresentados para apuração da PCDF, independente do órgão policial que realizou a apreensão das drogas, podendo ser PMDF, Polícia Penal ou outras forças.
Nesse período, em média mensal, identificou-se 181 indiciamentos. A unidade que mais indiciou foi a 15ª DP, com 673 inquéritos. A especializada Cord acumula 146 inquéritos.