Novo André do Rap? Soltura de mafioso sérvio deixa polícia em alerta
Assim como Pilipovic, André do Rap é elo entre tráfico nacional e internacional. Ambos gerenciam envio de cocaína pelo Porto de Santos (SP)
atualizado
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Na manhã de terça-feira (22/10), o traficante sérvio Zarko Pilipovic foi liberado da Penitenciária Federal de Brasília (DF), o que despertou alerta entre as autoridades.
A soltura dele, após emissão de alvará pela 6ª Vara Federal de Santos (SP), ocorre em um contexto de apreensões significativas de drogas e investigações que envolvem o Primeiro Comando da Capital (PCC) – a mesma facção que André do Rap, um dos criminosos mais procurados do Brasil, representa no exterior.
André Oliveira Macedo, conhecido como André do Rap, saiu da prisão em 10 de outubro de 2020, após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Desde então, o paradeiro dele é desconhecido, embora especulações sugiram que esteja escondido no Brasil ou em fazendas associadas ao PCC na Bolívia.
Assim como Pilipovic, André do Rap atua como um elo entre os tráficos nacional e internacional, além de ser conhecido por gerenciar o envio de grandes quantidades de cocaína para a Europa, por meio de rotas marítimas a partir do Porto de Santos.
Ambos os traficantes estão intimamente ligados ao PCC. Enquanto Pilipovic foi preso e extraditado da Bolívia após ser identificado como integrante do “Clã dos Bálcãs“, André do Rap foi acusado de operar em colaboração com a facção e atua como representante do PCC no exterior.
As coincidências entre as histórias não se limitam à associação com o crime organizado e envolvem, também, a forma como os dois conseguiram escapar da Justiça, por meio de brechas legais.
Porto de Santos
A soltura de Pilipovic levanta preocupações similares às geradas pela saída de André do Rap. No mesmo dia em que Zarko foi liberado, a Receita Federal anunciou a maior apreensão de cocaína deste ano no Porto de Santos, até o momento: 1,2 tonelada escondida em uma carga de sucata destinada à Espanha.
Uma reportagem especial publicada pela coluna Na Mira revelou as sofisticadas técnicas empregadas por facções criminosas no tráfico de cocaína via rotas marítimas. O recrutamento de mergulhadores e o uso de meios de transporte de luxo, como aviões particulares, demonstraram a audácia dessas organizações.