No DF, 1.321 PMs se aposentarão até 2025. Veja baixas por patente
Levantamento da Polícia Militar no DF indica que até 2025 o efetivo deve sofrer baixas. Atualmente, quantitativo da PM conta com 10 mil
atualizado
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Nos próximos dois anos, 1.321 policiais militares devem ir para a reserva. Levantamento feito pela corporação prevê que desse total, só de sargentos a corporação terá uma redução de 894 postos até 2025. O número representa um déficit, que hoje conta com apenas 10 mil profissionais. Mesmo com efetivo baixo, o atual concurso público da PMDF não tem nomeado mulheres aprovadas para manter apenas 10% do público feminino no quantitativo, conforme revelou o Metrópoles.
De acordo com os dados que a reportagem teve acesso, ainda neste ano devem ir apara reserva 485 sargentos, 31 coronéis, 15 tenentes-coronéis, 12 majores, 4 capitães, 7 tenentes e 120 subtenentes.
Veja abaixo a lista :
O presidente da Associação Caserna, de Policiais Militares do Distrito Federal, cabo Carlos Vitório, destacou que o baixo efetivo sobrecarrega os demais militares na ativa. Segundo ele, os PMs em início de carreira são demandados com escalas extras.
“A previsão é piorar se não houver convocação de mais gente. Hoje há um número de praças e oficiais cansados com rotinas de até 80 horas semanais”, destacou.
O militar ressaltou entender dificuldades orçamentárias, mas justificou que o número de profissionais atualmente está defasado, já que a Lei Federal nº 12.086, de 2009, determina que o efetivo da PM do DF seja de 18.673 homens e mulheres.
“Eu penso que se perdemos o Fundo Constitucional será o apocalipse. Seria um prejuízo para a administração, para a população e para os policiais, que adotam cada vez mais uma rotina mais pesada”, justificou.
O presidente em exercício da Associação dos Oficiais da Polícia Militar do Distrito Federal, coronel Marco Alves, reforçou não haver um planejamento a longo prazo há 30 anos para que os policiais fossem para reserva e o DF mantivesse o quantitativo ideal. “A tropa fica cansada, existe um esgotamento da tropa”.
O oficial destacou que mesmo com pouco efetivo a PMDF tem conseguido suprir as responsabilidades. Ele ainda acrescentou a realização de concursos e nomeações que têm sido feitas no DF.
Conflito de gênero
Na semana passada, Metrópoles mostrou o caso das candidatas aprovadas no concurso público da PMDF que defendem a revisão do limite no número de vagas destinadas a mulheres na corporação. No certame, 10% estão das oportunidades são destinadas para concorrentes do sexo feminino.
O fator limitador é respaldado pela Lei Federal nº 9713, de 25 de novembro de 1998. No entanto, a regra é alvo de questionamentos por parte da Comissão de Mulheres Aprovadas no Concurso da PMDF 2023.
Qualificação profissional
Para o especialista em Segurança Pública Leonardo Sant’Anna, há impacto natural nas “aposentadorias” dos profissionais. “Em especial porque nós estamos tratando de profissionais que têm uma experiência e que não consegue ser acompanhada, não consegue ser revertida a partir do momento que nós temos a entrada de mais profissionais”, acrescentou.
No entendimento dele, é necessário que a gestão pública oferte e capacite os profissionais que devem assumir a função, já que existe, além do impacto quantitativo, o impacto qualitativo.
“O questionamento que precisa ser colocado em prática agora vem da própria comunidade e muito possivelmente dos próprios gestores públicos. Qual é o investimento demandado para que essa previsão solucione o que a comunidade possivelmente vai padecer ao momento que nós temos a saída desses profissionais?”, indagou o especialista.
O Metrópoles procurou a Polícia Militar do Distrito Federal e aguarda resposta da corporação.