Nigerianos se passam por “mestre do bitcoin” e enganam investidores
Os falsos operadores garantiam aos investidores de bitcoin retornos de 20% a 50% a quem aplicasse altos valores na compra de moedas digitais
atualizado
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Meticulosos e articulados, estelionatários de países africanos, entre eles Angola e Nigéria, fizeram centenas de vítimas Brasil afora com a promessa de multiplicar investimentos aportados em moedas digitais. Os golpistas utilizam falsas plataformas que simulam pertencer a grandes operadores de mercado, como o gaúcho Augusto Backes, conhecido como “mestre do bitcoin”.
O esquema fraudulento praticado por um grupo de nigerianos atraía investidores com a ajuda de plataformas que, supostamente, distribuiriam retornos fora da realidade econômica do país. Os falsos operadores garantiam aos investidores de bitcoin retornos de 20% a 50% a quem aplicasse altos valores na compra das moedas digitais.
Os interessados, assim, eram persuadidos com a informação de que o risco de perda seria zero e as retiradas poderiam ser realizadas instantaneamente. Para isso, os africanos fingiam ser Backes, o mega investidor com milhares de seguidores nas redes sociais e canais no YouTube.
Advogada enganada
A Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC) da Polícia Civil do DF registrou algumas ocorrências nas quais os golpistas se faziam passar pelo mestre do bitcoin. Uma das vítimas, uma advogada brasiliense, perdeu R$ 80 mil após ser enganada pelos nigerianos.
A vítima contou à polícia que estava interessada em fazer um curso de investimento ministrado por Augusto Backes e acabou acessando um link, supostamente verdadeiro, que a direcionou para o Telegram do suposto investidor. Na ocasião, o interlocutor, se passando por Augusto, ofereceu um pacote de investimentos, pelo qual ela ganharia de três a cinco vezes o capital investido.
A advogada relatou que os golpista, se passando por Backes, ficariam com 10% dos ganhos, como comissão. Pra enganar a vítima, os nigerianos explicaram que eles realizariam a negociação e ela teria que enviar fundos via criptografia. No entanto, a investidora poderia acompanhar as movimentações por meio de uma plataforma.
Acreditando estar conversando com o famoso trader, em setembro deste ano, a declarante transferiu US$ 10 mil. Dois dias depois, realizou outra transferência no valor de US$ 3,5 mil. Desconfiada, a advogada entrou em contato com o falso Augusto Backes e durante a conversa que teve com ele, percebeu que se tratava de um golpe.