“Não morda este merda. Vai pegar câncer”, disse advogado a cão Pipoca sobre vizinho
A má fama de Cledmylson Lhayr Feydit se estende ao fiel companheiro dele, o cão Pipoca, conhecido pelo temperamento controverso
atualizado
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Autor em uma série de ocorrências policiais por injúria, ameaça e lesão corporal, o advogado Cledmylson Lhayr Feydit Ferreira, 60 anos, é visto nas proximidades do prédio onde reside, no Sudoeste, como o vizinho encrenqueiro. A má fama se estende ao fiel companheiro dele, o cão Pipoca, conhecido pelo temperamento controverso. Em uma das apurações, o tutor do cão se envolveu em uma confusão com um outro morador.
O caso é antigo, de 19 de agosto de 2019. A vítima contou à polícia que deixava seu apartamento e caminhava pelo corredor quando deu de cara com Pipoca, que passou a cheirar suas pernas. O advogado, que tomava café no refeitório na companhia de um funcionário do prédio, deu um alerta ao seu cão: “Vem Pipoca, vem! Não morda esse merda, você vai pegar um câncer”.
Indignado, o vizinho se dirigiu à 3ª Delegacia de Polícia (Cruzeiro), para registrar boletim de ocorrência. Procurado pela polícia na época da confusão, Cledmylson Lhayr, afirmou que não xingou o vizinho e pontuou que a versão da vítima não era verdade. O advogado relatou que, na data em questão, estava tomando café com um funcionário e, após as reclamações do vizinho, apenas fechou a porta do local.
Veja fotos do cão Pipoca em ação:
Desde 2019, o advogado é alvo de diversas ocorrências policiais, a maioria devido ao comportamento agressivo do cachorro e do tutor. Nas redes sociais, Pipoca “posta” fotos e vídeos se referindo a Cledmylson como “mordomo”. O pet aparece passeando no lago e cercado de carros importados, e até mesmo ao lado de uma aeronave.
A última confusão envolvendo a dupla resultou na detenção de Cledmylson Ferreira. O homem agrediu uma mulher, também advogada, após ser repreendido por andar com o cão sem coleira nem guia.
Giselle Piza, 39, afirmou que Cledmylson Ferreira estava com Pipoca solto em um estacionamento na tarde de segunda-feira (20/3). Dona de um shih-tzu, ela alertou o homem sobre o risco de ocorrer um ataque, já que o pet dele é bem maior e estava sem a guia. A advogada, então, chamou a polícia.
Cledmylson tentou fugir, e Giselle pegou o celular para fotografar a placa do carro dele. Ao ver que a mulher estava gravando, o advogado tomou o celular das mãos dela e a agrediu. A confusão foi registrada por pessoas que passavam pelo local. Confira:
Dupla do barulho
Em fevereiro deste ano, Cledmylson foi denunciado por um policial após se envolver em um acidente de trânsito. De acordo com a ocorrência registrada na 5ª Delegacia de Polícia (área central), o advogado dirigia com o braço para fora do veículo. O cão do suspeito também estava pendurado na janela. Com a visão do retrovisor comprometida, Cledmylson teria fechado o carro do policial e fugido em seguida.
Em novembro do ano passado, o advogado foi denunciado na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam I), na Asa Sul, por lesão corporal e injúria racial. De acordo com a vítima, uma mulher de 55 anos, ela estava com um grupo de sete pessoas, na entrequadra QRSW 2/3, com os seus respectivos cachorros, quando Pipoca, sem coleira e longe do tutor, se aproximou e começou a tentar mordê-la.
A vítima detalhou que o animal ficou rodeando e tentando avançar por cerca de uma hora. Quando o dono do cachorro chegou, disse que o cão agiu de forma agressiva porque as vítimas eram “feias” e que Pipoca tentou morder porque a mulher estava com a “namorada”. O advogado, segundo a vítima, teria a ofendido dizendo que ela era “bandida” porque é “negra”. Durante a discussão, o suspeito viu que a mulher estava gravando e a derrubou. A vítima ficou com lesões no pescoço e na cabeça.
Uma outra ocorrência de injúria foi registrada em janeiro de 2020, quando Cledmylson discutiu com um vizinho de 66 anos também por causa do cachorro. O suspeito teria ofendido o morador ao chamá-lo de “viado” e mandado ele “falar grosso”. Na ocasião, a vítima não rebateu, apenas seguiu filmando com o celular.
Quando soube que os moradores haviam registrado denúncia na polícia, o agressor, segundo testemunhas, fez ameaças dizendo que, se alguém falasse alguma coisa contra ele, iria “caçar as cabeças e perseguir o dia inteiro”.
Em 2019, o suspeito foi alvo de denúncias após confusão em um encontro de cães no Sudoeste. Vizinhos contaram que o autor costuma sair com os cachorros sem coleira e que é extremamente rude com os moradores. Durante uma discussão, o advogado chamou um dos vizinhos para uma briga e afirmou que levaria dois cachorros grandes para a quadra e “veria quem iria tirá-lo de lá”, já que ia colocar os animais para “morder os incomodados”.
O Metrópoles tenta, sem sucesso, contato com Cledmylson. O espaço segue aberto.