Namorado enganou amigo para usar carro e esconder corpo de Giovanna
Leandro procurou o amigo pedindo o veículo emprestado para fazer uma “chupeta” em um outro automóvel
atualizado
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Leandro de Araújo Marques (foto em destaque), 22 anos, usou o carro de um amigo para transportar o corpo da monitora de creche Giovanna Laura Santos Peters, 20 anos. Após matar a namorada, o autor escondeu o cadáver em um matagal próximo à antiga Academia da Polícia Civil, em Taguatinga. O amigo do acusado, em depoimento, negou que tivesse qualquer conhecimento ou participação no crime.
O jovem, de 24 anos, explicou que conhece Leandro há aproximadamente quatro anos. Ele proprietário do veículo Ford Fiesta, cor azul, usado pelo autor. O homem relatou que comprou o carro de seu patrão há três semanas e, na segunda (29/11), por volta das 7h, Leandro o procurou pedindo o automóvel emprestado para fazer uma “chupeta” em um outro veículo.
Na ocasião, o carro estava na oficina em que o amigo trabalha, em Samambaia Sul. Leandro chegou ao estabelecimento de moto e pegou o Ford Fiesta. A testemunha destacou que não saiu da oficina, apenas emprestou o veículo.
O homem disse que o amigo devolveu o carro por volta das 17h. Chovia bastante neste horário. Ele alega que não sentiu qualquer alteração no comportamento de Leandro quando ele buscou e, posteriormente, ao entregar o automóvel.
Veja fotos do acusado e da vítima:
Entenda
Giovanna estava desaparecida desde segunda-feira (29/11), quando foi para a casa do namorado, em Ceilândia Sul. Leandro de Araújo Marques está preso e confessou o crime. A coluna apurou que ele degolou a namorada dentro de casa e escondeu o corpo com pedras. Giovanna Laura trabalhava em uma creche, no Areal.
Segundo a família, Giovanna Laura teria ido à casa do namorado e ficou incomunicável após, supostamente, embarcar em um carro de transporte por aplicativo. Ao registrar ocorrência, a mãe ainda pediu auxílio de Leandro. Ela acreditava que o jovem poderia ajudar a polícia com mais informações. Entretanto, o rapaz afirmou que não podia comparecer à unidade policial porque estaria trabalhando em uma chácara.
Diante disso, os policiais foram até o local onde o suspeito trabalhava e colheram o depoimento. Inicialmente, ele disse tê-la visto pela última vez somente na segunda-feira pela manhã. Afirmou que Giovanna teria dormido em sua casa de domingo para segunda e que ela teria pedido um transporte por aplicativo a fim de voltar para casa, em Samambaia.
Detalhou que, no fim de semana, passou a noite sozinho com Giovanna. Durante as investigações, os policiais conseguiram identificar pontos divergentes na versão de Leandro, uma vez que nenhum motorista por aplicativo teria sido acionado ao endereço, conforme ele havia informado.
Os policiais, então, voltaram à residência do suspeito com o objetivo de localizar o celular da jovem. No local, os investigadores perceberam manchas de sangue em uma cadeira da sala. No imóvel, também tinha uma camiseta branca com manchas, aparentemente, de sangue em um cesto de roupas que estava no banheiro.
Na lavanderia, as equipes encontraram um facão com manchas escuras. Os indícios fizeram com que os policiais acionassem a perícia para o local. Os peritos chegaram ao local de madrugada e confirmaram as manchas de sangue na cadeira e no chão da sala.
Também havia vestígios na porta de um dos quartos. Os investigadores descobriram ainda que, na noite do último domingo (28), Leandro teria circulado por Ceilândia, fato também omitido pelo autor.
Confissão
Confrontado, o jovem confessou o crime para a família. A polícia foi acionada e Leandro levou os investigadores até o local onde escondeu o corpo. O cadáver estava em avançado estado de decomposição em uma região de mata, em Taguatinga, nos fundos da antiga Academia de Polícia Civil.
Leandro recebeu voz de prisão e não reagiu. Ele relatou que havia terminado o relacionamento com a vítima e que retornaram posteriormente. Porém, tomou conhecimento de que ela havia se relacionado com outras pessoas. Na noite de domingo (28/11), eles tiveram relações na casa do autor.
Logo em seguida, passaram a discutir. Segundo o acusado, a vítima o xingou e o agrediu fisicamente, oportunidade em que ele a segurou por trás e cortou o pescoço com uma faca. Leandro ocultou o cadáver até a manhã do dia seguinte.
Além disso, ele usou o carro de um amigo para levar o corpo até a mata. O cadáver estava coberto por várias pedras grandes. Questionado informalmente sobre o celular da vítima e a faca utilizada no crime, o jovem disse que havia jogado fora.