Mulher que mandou matar ex com tiro na cabeça é condenada a 24 anos
Jennifer foi assassinada em 14 de outubro de 2021, com um tiro na cabeça, em uma simulação de assalto, no Setor Leste do Gama
atualizado
Compartilhar notícia
A Promotoria de Justiça do Tribunal do Júri do Gama obteve, nesta quarta-feira (9/10), a condenação de Janeide da Silva Santos (foto em destaque) por ser mandante do assassinato de Jennifer Caroline Gomes de Lima, sua ex-companheira. A pena foi fixada em 24 anos e 9 meses de reclusão, em regime inicial fechado.
Os jurados acataram as três qualificadoras apontadas pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT): motivo torpe (Janeide nutria sentimento de posse pela ex-companheira); crime praticado por emboscada (atirador ficou de tocaia na esquina da rua da vítima); e feminicídio.
Jennifer foi assassinada em 14 de outubro de 2021, com um tiro na cabeça, em uma simulação de assalto no Setor Leste do Gama. A vítima chegou a ser socorrida, mas não resistiu e morreu dois meses depois, em 23 de dezembro.
Ciúmes
A autora do crime foi presa preventivamente em outubro de 2023, após ser indiciada pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) no âmbito da Operação Falso Latrocínio, que investigou o crime. De acordo com os investigadores, Janeide teria encomendado a morte de Jennifer Caroline depois do fim do relacionamento entre as duas. A motivação do homicídio seria ciúmes, pelo fato de a vítima já estar se relacionando com outra mulher.
Antes de ser morta, Jennifer estudava para ser técnica em enfermagem. Ela e Janeide tiveram um relacionamento de 2010 a 2021, entre términos e reconciliações conturbados.
De acordo com a mãe da vítima, Juscilene Gomes, 54, cozinheira, a filha não aguentava mais viver pressionada pela ex. “Me dizia que estava exausta, que era insuportável, porque a Janeide falava que ia tirar a própria vida se elas terminassem”, relatou.
A investigada também tinha hábito de ameaçar as duas filhas de Jennifer Caroline, a mãe da vítima e eventuais novas namoradas da ex. “Ela é psicopata. Essa mulher é uma maluca”, afirmou a cozinheira.
A mãe de Jennifer também contou ao Metrópoles que recebeu a notícia da prisão de Janeide por telefone. “Liguei para os policiais para saber como estava a investigação e recebi a notícia que o caso estava solucionado e que ela estava presa. Apesar da angústia, fiquei satisfeita e aliviada”, completou Juscilene.
Relembre o caso
Segundo o inquérito, Janeide teria contratado um assassino para simular um assalto e matar Jennifer. No dia do crime, ela e o executor aguardaram a mulher em uma esquina até o momento em que ela saiu para trabalhar. Ao receber o sinal de Janeide, o criminoso abordou Jennifer e atirou contra a cabeça dela, mesmo após a vítima ter se ajoelhado em tentativa de defesa.
Todas as vezes em que a estudante tentava terminar o relacionamento, a então companheira tentava impedi-la, por meio de ameaças e agressões. Nos períodos de términos temporários, quando Jennifer Caroline conhecia alguém novo, era ameaçada de morte pela investigada.
Veja vídeo:
Áudios com ameaças
Áudios obtidos pela polícia mostram Janeide fazendo ameaças explícitas à vítima, inclusive mencionando o uso de uma arma para agredi-la. Além disso, testemunhas relataram o comportamento obsessivo e violento da suspeita, que chegou a perseguir e ameaçar outras mulheres envolvidas com Jennifer.
“O que é seu está guardado. Eu comprei um brinquedinho que tem um buraquinho, mas ele vai fazer dois em você”, afirmou a suspeita na gravação.
Ouça
Em depoimento, testemunhas ainda descreveram Janeide com características como “perfil de psicopatia” e “ciúme possessivo”. Algumas delas só colaboraram com a investigação após a prisão da suspeita, por medo do que a investigada poderia fazer; outra chegou a mudar de cidade.