Mulher que assassinou noivo em motel ameaçou matar traficante em 2017
Segundo boletim de ocorrência registrado em 2017 pelo homem, ela enviou diversas mensagens dizendo que queria vê-lo morto
atualizado
Compartilhar notícia
Assassina confessa do noivo, Jordan Guimarães Lombardi, 39 anos, no Motel Park Way, situado na Candangolândia, Marcela Ellen Paiva Martins, 31, já ameaçou matar o ex-esposo. Segundo boletim de ocorrência registrado em 2017 pelo homem, ela enviou diversas mensagens dizendo que queria vê-lo morto.
Preso por tráfico e por bater em Marcela no ano de 2014, o ex-companheiro relatou que desde o término vinha ouvindo a mulher dizer que iria “arrumar alguém para o matá-lo”.
As ameaças via WhatsApp foram salvas em um pen-drive e entregues à Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), mas as investigações não tiveram continuidade.
Mulher confessou crime em vídeo
Em vídeo gravado no Presídio Feminino de Luziânia, Entorno do Distrito Federal, Marcela confessou ter matado o noivo. A mulher foi presa pela Polícia Militar de Goiás (PMGO), no município de Girassol (GO), ao tentar roubar uma Kombi, na quarta-feira (9/11), momentos após cometer o homicídio.
Assista ao vídeo:
No vídeo, ao qual o Metrópoles teve acesso, Marcella relata ter tido uma briga com o companheiro, no quarto de motel, momento em que houve o disparo da arma de fogo, que atingiu o olho direito de Jordan.
“Nós estávamos trancados no quarto tendo uma luta corporal. Eu estava segurando a arma, ele tentou tirar ela de mim. Eu nunca tinha disparado [uma arma]”, detalha a mulher.
“Quando saí do local, estava desnorteada e liguei para minha mãe, até que o carro parou de funcionar e não tinha sinal. Quando fui acusada de roubo, tava tentando pedir carona. Ofereci, inclusive, dinheiro para que me levassem até onde tivesse sinal. Só que quando perceberam que eu tinha arma, entraram em luta corporal comigo”, relata Marcella no vídeo.
De acordo com o relato da acusada, ao abordar uma segunda Kombi na via, ela acreditava se tratar do primeiro automóvel. “Eu achei que era o cara da primeira Kombi me perseguindo. Por isso, eu apontei a arma e ele fugiu”, finalizou a presa.
Na tarde de quinta-feira (10/11), a Justiça de Goiás (TJGO) converteu de flagrante para preventiva a prisão de Marcella após audiência de custódia. Ela continuará na unidade prisional feminina de Luziânia (GO).
Veja fotos da mulher:
Entenda o caso
A autora do crime é bacharel em direito e estava em um relacionamento com a vítima havia dois anos. Eles moravam em Moema, bairro da cidade de São Paulo. O homem assassinado era membro do alto escalão da McKinsey & Company, uma empresa de consultoria empresarial americana.
Segundo o advogado Johnny Cleik, o casal vinha de São Paulo quando decidiu parar no Motel Park Way, na Saída Sul do Distrito Federal. “Consumiram droga desde segunda-feira. Cocaína, ecstasy, maconha”, relata. “Ela e o noivo iriam se casar em janeiro [do próximo ano]. Vieram de São Paulo de carro”, completa o profissional.
Cleik diz que o casal teve um surto psicótico no motel. “Começaram uma discussão, ele a agrediu, deu alguns tapas nela. Teve uma questão envolvendo algumas fotos íntimas que a gente não vai divulgar, mas ela apontou a arma para ele, e ele foi para cima. E falou: ‘Pode me matar, não estou nem aí, não quero saber da minha vida também’. Ela respondeu que não faria isso, e ele foi lá e deu outro tapa nela. Quando ele deu esse segunda tapa, com a arma apontada, apertou o gatilho”, relata o advogado.
“Ela se evadiu do motel em que estavam, e o carro, por se tratar de veículo da empresa, foi bloqueado. Ela fugiu tentando chegar a São Paulo, mas o carro parou em Águas Lindas por conta do rastreador”, pontua Cleik.
Na saída, Marcella acertou o portão do motel com o Audi Q7 que dirigia. O carro foi bloqueado na BR 070, na altura do km 34, em Cocalzinho de Goiás (GO), graças ao rastreamento feito pela empresa na qual Jordan trabalhava. A vítima era sócio e consultor da McKinsey & Company, firma de consultoria empresarial americana.
Segundo nota enviada pelos militares, Marcella foi detida e levada para a 1ª Delegacia da Polícia Civil de Águas Lindas. No momento da prisão, a suspeita portava uma pistola calibre .38, três munições e um estojo.