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Mulher de coronel foi torturada pela 1ª vez quando estava grávida

Foram 40 anos de agressões até que a vítima tomasse coragem para denunciar o marido. Caso agora é investigado pela Polícia Civil do DF

atualizado

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1 de 1 arma - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Uma rotina diária de terror, violência e tortura marcou para sempre a vida da mulher de 60 anos que passou quatro décadas sofrendo as mais variadas agressões cometidas pelo marido, um coronel aposentado da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), de 76 anos. Mesmo grávida, a vítima sofreu espancamentos e ameaças de morte, quando ainda esperava o primeiro dos dois filhos que teve.

O espancamento ocorreu quando a mulher tinha pouco mais de 20 anos e morava com o marido ainda no Rio Grande do Sul. Sem nenhum apoio emocional, a única alternativa era torcer para sobreviver ao massacre físico. Na ocasião, ela foi agredida e apontada pelo militar como a responsável pela surra. A pedido da vítima, que tem filhos com o acusado, os nomes dos envolvidos serão preservados.

Quarenta anos depois, o oficial da reserva manteve a mulher sob o domínio do medo. A violência assumiu tons ainda mais mordazes. O agressor começou a dar sinais de demência. Ele fica vários dias sem tomar banho, além de recusar tratamentos. Culpando a esposa por seus infortúnios, diz que, antes de morrer de velhice, a mataria.

Pedido de ajuda

Apenas 40 anos depois, a mulher procurou a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) para denunciar as agressões cometidas pelo marido. Ela relatou rotina de pânico e violência na casa da família, na Colônia Agrícola Samambaia.

A ocorrência foi registrada no último domingo (22/5), na 38ª Delegacia de Polícia (Vicente Pires), que apura os fatos. A mulher conta que, ao longo dos 40 anos de matrimônio, foi espancada, humilhada e proibida de trabalhar. Alertou os agentes que, por ser coronel da PM, o companheiro está sempre armado.

Em uma tentativa de se salvar, a vítima chegou a procurar abrigo na casa do filho. Entretanto, conta que o PM segue com ameaças. Ela foi alertada por familiares a se esconder. Desesperada, a mulher pediu medidas protetivas de urgência e solicitou a apreensão da arma do policial aposentado.

Em decisão assinada na última segunda-feira (23/5), o juiz Carlos Bismarck de Azevedo Barbosa concedeu a medida protetiva e determinou a apreensão da arma de fogo do coronel aposentado.

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