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MP sobre perseguição de Robson: “Tratou mulher como inimiga do Estado”

O MPDFT apresentou nova denúncia contra o ex-delegado-geral da PCDF Robson Cândido. Ele está preso acusado de perseguir ex-namorada

atualizado

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Robson Cândido da Silva, ex-diretor-geral da PCDF
1 de 1 Robson Cândido da Silva, ex-diretor-geral da PCDF - Foto: Andre Borges/Esp. Metrópoles

Em nova denúncia apresentada à Justiça, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) classificou que o ex-delegado-geral da Polícia Civil (PCDFRobson Cândido tinha uma “obsessão sem precedentes” pela ex-namorada. Ele está preso acusado de usar a estrutura da corporação para cometer o crime de stalking contra ela.

No documento apresentado ao Judiciário, os promotores afirmam que Robson tratou a ex-namorada como “verdadeira inimiga do Estado”.

“O então ocupante do posto mais proeminente da PCDF foi movido por um nível de obsessão que certamente não tem precedentes, tratando a mulher com quem se relacionou como verdadeira inimiga do Estado, em postura diametralmente oposta ao que os deveres de probidade e eficiência impõem aos integrantes da valorosa Polícia Civil do Distrito Federal”, escreveram os promotores.

Ainda de acordo com a nova denúncia, Robson pediu, informalmente, ao Detran-DF que fosse realizada uma pesquisa sobre os caminhos trilhados pelo veículo da ex-namorada. Em 19 de setembro, a demanda chegou ao diretor-geral do órgão. Para ser atendido, Robson mentiu e disse ao departamento que o veículo em questão constava como “desaparecido”.

“Assim, ao arrepio da legislação de regência e camuflando seu real objetivo, por meio de interpostas pessoas, Robson colheu informações dos deslocamentos que a vítima realizou de carro pelas vias do Distrito Federal no período de 13 a 18 de setembro de 2023”, diz o MP.

Além disso, Robson teria usado um software da PCDF, contratado pela corporação por um valor de R$ 1,3 milhões, para monitorar a jovem.

Denúncia anterior

De acordo com denúncia anterior feita pelo MP, o delegado monitorava a vítima por meio de um celular “espião” e da placa do carro dela. Conforme consta no arquivo, Cândido chegou a presentear a suposta ex-namorada com um aparelho celular modelo iPhone 11 Pro Max, “intencionado em ter acesso à localização dela em tempo real por meio da ferramenta ‘buscar telefone’”, segundo as apurações do Ministério Público.

No processo, é relatado que, entre 6 de agosto e 22 de setembro, Robson utilizou, indevidamente, banco de dados a que tinha acesso, por causa do cargo que ocupava, para verificar por onde andava o veículo da ex-namorada.

Em 21 de agosto, por exemplo, Robson perseguiu a vítima com uma viatura oficial da frota da PCDF. Segundo consta no processo, ele dirigia “perigosamente pelas ruas de Águas Claras e fechou outros veículos, até parear a viatura com o automóvel” da denunciante.

Como começou

Robson Cândido deixou o cargo de diretor-geral da PCDF em 2 de outubro, após ser denunciado pela esposa e pela mulher que alegou ser ex-namorada dele. Em seguida, ele se aposentou. O comunicado saiu no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) em 17 de outubro.

A esposa de Cândido e a outra mulher procuraram a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), na Asa Sul, e acusaram o delegado pelos crimes de perseguição e ameaça. A ex-namorada levou o caso ao MP e, depois, Robson foi denunciado por uma série de crimes.

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