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MP pede a prisão de promotor que exigiu R$ 3 milhões de empresário

O pedido foi feito na noite dessa quinta-feira (8/8) pelo subprocurador de Justiça Jurídica do Ministério Público do Piauí, João Malato Neto

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Suspeito de exigir R$ 3 milhões de um empresário para encerrar uma investigação, o promotor Maurício Verdejo Gonçalves Júnior (foto em destaque) pode ser preso preventivamente.

O pedido foi feito, na noite dessa quinta-feira (8/8), pelo subprocurador de Justiça Jurídica do Ministério Público do Piauí, João Malato Neto. Agora, cabe ao desembargador Ricardo Gentil Eulálio Dantas, do Tribunal de Justiça do Piauí, decidir.

Um vídeo flagrou o momento exato em que Maurício Verdejo Gonçalves Júnior pega uma sacola com R$ 900 mil, entregue pelo empresário que estava sendo extorquido por ele. O promotor foi alvo de busca e apreensão da Polícia Federal e do MP do estado nordestino, em operação deflagrada nessa quarta-feira (7/8).

Nas imagens é possível ver o empresário Junno Pinheiro Campos de Sousa (de camisa azul) se encontrando com o promotor (de bermudas e camisa bege) em um condomínio de luxo. Ambos conversam ao lado do veículo do empresário. Em determinado momento, Junno abre a porta de trás do SUV e tira uma sacola preta que estava no banco traseiro do veículo. Em seguida, o empresário mostra o montante para o promotor. Logo depois, ambos entram em uma residência.

Durante o cumprimento dos mandados na quarta, as equipes apreenderam cerca de R$ 900 mil, documentos e aparelhos eletroeletrônicos. De acordo com a Operação Iscariotes, a vítima procurou o plantão da Polícia Federal e relatou que havia sido abordada pelo promotor de  Justiça em um restaurante, ocasião em que o investigado teria dado o prazo de poucos dias para que a vítima pagasse a quantia milionária, para que não fosse mais investigada.

Veja vídeo do momento em que o empresário entrega o dinheiro ao promotor:

 

Prerrogativa

Como o investigado tem prerrogativa, em razão da função pública, o fato foi comunicado ao procurador-geral de Justiça do Piauí, a quem cabe investigar servidores do Ministério Público. Ele, então, solicitou a cooperação da Polícia Federal, tendo em vista que a entrega do dinheiro era iminente.

Em nota, o Ministério Público do Piauí destacou que representa os interesses sociais e que combate a corrupção, trabalhando de forma imparcial (leia nota abaixo).

Veja imagens da operação:

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Recebimento

Após seguidos dias de diligências, a equipe de investigação confirmou o teor dos relatos da vítima, conseguindo, inclusive, registrar o recebimento de parte do montante pelo investigado.

Diante da representação ministerial, o Tribunal de Justiça do Piauí expediu mandado de busca e apreensão contra o promotor.

Veja vídeos da operação:

Se comprovada a denúncia, o agente público pode responder pelo crime de concussão, que consiste na conduta de exigir, para si ou outra pessoa, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida.

O nome da operação faz referência a Judas Iscariotes, pois o agente público, incumbido da função de fiscal da lei, é suspeito de trair a confiança do Estado e da instituição.

Leia nota na do Ministério Público do Piauí:

“O Ministério Público do Estado Piauí se manifesta perante a sociedade piauiense acerca da Operação Iscariotes, realizada pela Polícia Federal na manhã desta quarta-feira (7/8), e que resultou no cumprimento de mandado de busca e apreensão em desfavor de um promotor de Justiça.

A Subprocuradoria-Geral de Justiça Jurídica, órgão do MPPI, no exercício das suas atribuições processuais de investigação dos membros da instituição, informa que solicitou a cooperação da Polícia Federal diante dos indícios de que o Promotor de Justiça havia pleiteado vantagem indevida para sustar procedimento criminal.

O Ministério Público reafirma seu papel de instituição que representa os interesses sociais, a integridade na Administração Pública e o combate ao crime e à corrupção, trabalhando de forma imparcial pela promoção da Justiça.

O próprio Ministério Público remeteu representação ao Tribunal de Justiça, que expediu o mandado de busca e apreensão, devidamente cumprido.

O MPPI prosseguirá cumprindo seus deveres e atribuições. Independentemente do investigado, o compromisso da instituição é com a Justiça.”

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