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MP denuncia Robson Cândido por stalking, grampo ilegal e outros crimes

Delegado Thiago Peralva, que teria inserido dados de mulher no sistema de monitoramento da polícia, também foi denunciado

atualizado

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Andre Borges/Esp. Metrópoles
Robson Cândido da Silva, ex-diretor-geral da PCDF
1 de 1 Robson Cândido da Silva, ex-diretor-geral da PCDF - Foto: Andre Borges/Esp. Metrópoles

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) denunciou o ex-delegado-geral da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) Robson Cândido (foto em destaque), por diversos crimes, como stalking — perseguição — e grampo ilegal.

Os promotores concluíram que o delegado aposentado usou sistemas restritos das forças de segurança para perseguir uma mulher com quem teve um relacionamento. O delegado Thiago Peralva, suspeito de inserir os dados da vítima no sistema de monitoramento, também foi denunciado.

Nas investigações, os promotores afirmaram que Robson Cândido teria mantido o grampo mesmo após deixar o cargo máximo da corporação. Além disso, encontraram evidências de que o ex-delegado-geral perseguiu a vítima e a surpreendeu diversas vezes na rua e em locais frequentados por ela.

As apurações do MPDFT ressaltaram que os investigados — Cândido e Peralva — fizeram manobras nos autos de um processo criminal para inserir o telefone da mulher em um processo de monitoramento ilegal.

“[Os dois] também utilizaram-se de bens pertencentes à Polícia Civil, como viaturas descaracterizadas, celulares corporativos, carros oficiais e celulares de outros delegados da Direção-Geral da PCDF para a prática de delitos contra mulher em situação de violência doméstica”, destaca um trecho da denúncia.

O MPDFT, por meio do Núcleo de Investigação e Controle Externo da Atividade Policial (Ncap) e do Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), chegou a pedir a prisão preventiva do delegado Thiago Peralva.

A Justiça, porém, negou a solicitação e, como medida cautelar diversa, impôs o uso de tornozeleira eletrônica e o afastamento do delegado das funções.

Além da delegacia em que atuava, a 19ª (P Norte), a casa de Peralva foi alvo de busca e apreensão, em 4 de novembro.

Ação dolosa

Promotores reforçaram que, em manobra feita nos autos do processo, a mulher foi alvo de interceptação ilegal. “A vítima não consta como investigada ou interlocutora de qualquer um dos alvos da operação policial, o que indica que foi dolosamente inserida para que os representados tivessem conhecimento de sua localização em tempo real”, aponta trecho do documento do MPDFT.

Ao cumprirem os mandados na 19ª DP, dois promotores do Ncap, acompanhados de 20 policiais, apreenderam computadores, HD, uma câmera GoPro e pen drives.

 

Entenda o caso

Robson Cândido deixou o cargo de diretor-geral da PCDF em 2 de outubro, após ser denunciado pela esposa e pela mulher que alegou ser ex-amante dele. Em seguida, ele se aposentou. O comunicado saiu no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) em 17 de outubro.

A esposa de Cândido e a outra mulher procuraram a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), na Asa Sul, e acusaram o delegado pelos crimes de perseguição e ameaça.

A segunda denunciante relatou que Robson não teria aceitado o término do suposto relacionamento e que passou a persegui-la em diversos lugares. Ainda de acordo com o relato dela, o ex-diretor-geral da PCDF “sempre demonstrava saber onde ela estava e o que fazia”.

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