Milionários, Irmãos do Pó e Rei da Telebrasília receberam auxílio
A venda da cocaína fez com que os traficantes movimentassem pelo menos R$ 10,4 milhões nos últimos três anos
atualizado
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Mesmo donos de imóveis e carros importados e movimentando milhões por mês com o tráfico de cocaína, três traficantes do Distrito Federal ainda contaram com a ajuda do governo para ganhar dinheiro. Os criminosos conhecidos como Irmãos do Pó e Rei da Telebrasília receberam auxílio emergencial entre os anos de 2020 e 2021.
O trio foi preso no âmbito da Operação Sistema, deflagrada pela Coordenação de Repressão às Drogas (Cord), em parceira com o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). A coluna levantou que Stefânio do Vale, o Rei da Telebrasília, recebeu um total de R$ 3 mil, em cinco parcelas de R$ 600, em 2020. Os Irmãos do Pó — Gilberto Cardoso e Gilmar Lopes — embolsaram R$ 2,4 mil e R$ 5,2 mil, respectivamente, entre 2020 e 2021.
Os traficantes pertenciam a uma organização estruturada que financiava, transportava, armazenava e distribuía centenas de quilos de cocaína. Ao longo de três anos, investigadores mapearam a ação da quadrilha responsável por abastecer grandes traficantes da Região Centro-Oeste.
A Operação Sistema cumpriu 14 mandados de prisão temporária e 60 de busca e apreensão no DF, com apoio de outras forças policiais, de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Goiás. No total, a PCDF pediu, e a Justiça deferiu o sequestro de 56 bens móveis e imóveis, como 29 veículos, entre eles três Porsches e cinco jet skis.
Também foi solicitado o bloqueio das contas bancárias de todos os alvos, incluindo um prédio inteiro na Vila Telebrasília.
As investigações apontam que a organização criminosa era dividida em dois núcleos, que funcionavam como um “sistema nervoso” do bando, exercendo a liderança das ações, o planejamento do transporte da cocaína, o armazenamento e a distribuição da droga.
Confira imagens da operação:
O primeiro núcleo, sediado na Vila Telebrasília, era comandado supostamente por Stefânio do Vale, conhecido como o “Rei” da região. O segundo ficava sob a responsabilidade dos “Irmãos do Pó”, que ditavam as ordens baseados em Samambaia.
Faturamento milionário
De acordo com as diligências, a venda do pó fez com que os traficantes movimentassem pelo menos R$ 10,4 milhões nos últimos três anos. Os criminosos negociavam, geralmente, a compra dos carregamentos de cocaína no Mato Grosso do Sul e utilizavam batedores ao longo do trajeto a fim de garantir o desvio de possíveis pontos de bloqueio montados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Após viagens por estradas vicinais e de pouco movimento, os carregamentos chegavam escondidos em caminhões e eram descarregados em uma propriedade rural na região de Uruaçu, em Goiás. Lá, os criminosos fracionavam a substância e revendiam a grandes e médios traficantes que atuam na capital do país. Há, também, informações sobre parte da cocaína ter como destino outros estados do Centro-Oeste e do Sudeste.
Antes de deflagrar a operação, a polícia havia dado dois duros golpes no esquema da organização, quando carregamentos de cocaína foram apreendidos. O primeiro foi interceptado em novembro do ano passado, em Uruaçu.
Na ocasião, 300kg do pó eram transportados no compartimento falso de um caminhão. A apreensão da segunda carga também ocorreu na cidade goiana, em 24 de fevereiro deste ano, quando 250kg da droga foram localizados pelos investigadores.
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