Médicos executados: entrada da PF no caso gera desconforto na PCRJ
O caso ocorreu na Avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, durante a madrugada desta quinta-feira (5/10)
atualizado
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A participação da Polícia Federal (PF) nas investigações sobre a execução de três médicos em um quiosque na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, causou desconforto em policiais civis do estado. O relato dos investigadores, que não estão ligados ao caso, é de que a imagem que passa é de que a Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCRJ) não consegue resolver nada sozinha, por reiteradamente precisar receber ajuda de policiais de outros estados e da PF.
Na manhã desta quarta-feira (5/10), uma coletiva de imprensa havia sido anunciada. No entanto, o evento transformou-se em um pronunciamento, no qual as autoridades apenas relataram sobre o caso e não responderam a quaisquer perguntas dos jornalistas presentes.
Estiveram presentes o secretário de estado de Polícia Civil, delegado José Renato Torres; o secretário de estado de Polícia Militar, coronel Luiz Henrique Pires; o diretor do Departamento-Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa (DGHPP), delegado Henrique Damasceno; e o titular da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), delegado Alexandre Herdy.
Veja o momento em que os atiradores executam os profissionais:
O que se sabe até agora sobre o caso dos médicos
O caso ocorreu na Avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, durante a madrugada desta quinta-feira (5/10). Um dos médicos ficou ferido e se encontra em estado grave. A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), da Polícia Civil do Rio (PCERJ), instaurou um inquérito para investigar os homicídios.
O ataque foi próximo a um quiosque na altura do Posto 4. Testemunhas viram um grupo sair de um carro e atirar contra os médicos.
Foram mortos Perseu Ribeiro de Almeida, 33; Marcos Andrade Corsato, 63; e Diego Ralf Bonfim, 35. Um quarto médico foi alvejado. Daniel Sonnewend Proença, 33, está internado em estado grave no Hospital Municipal Lourenço Jorge.
Corsato, que faria 63 anos na semana que vem, era diretor do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Ele morreu na hora.
Diego Bonfim era especialista em reconstrução óssea pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina. Ele era irmão da deputada federal Sâmia Bonfim (PSol-SP).
Perseu de Almeida, que completou 33 anos na terça-feira (3/10), nasceu na Bahia e fazia especialização em São Paulo. Ele era especialista em cirurgia do pé e tornozelo também pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia da USP e morreu na hora.
Por meio de nota, a USP lamentou o ocorrido, e a Sociedade Brasileira de Ortopedia (SBOT) repudiou o crime, além de pesar pela morte dos profissionais, e ressaltou a preocupação com a escalada violenta no país.