“Mayron Marreta” e “Ator Carioca” extorquiam servidores de alto escalão dos Três Poderes
Para enganar as vítimas, os garotos de programa diziam que eram atores cariocas mas, na verdade, mantinham residência fixa em São Paulo
atualizado
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Os gigolôs paulistas presos pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) após chantagear e extorquir homens casados também atacaram no Distrito Federal. A dupla preparava as investidas específicas contra empresários e servidores públicos dos Três Poderes. Os garotos de programa foram detidos nesta quinta-feira (13/4) pela 5ª Delegacia de Polícia (Área Central).
A coluna apurou que por trás dos apelidos “Mayron Marreta” e “Ator Carioca” escondem-se Raphael Martins de Oliveira Silva, 27 anos, e Andrez Rocha Rodrigues, 22, respectivamente. Ambos fizeram vítimas na capital da República e usavam a chantagem para extorquir dinheiro de homens casados com quem haviam trocado fotos e vídeos com conteúdo homossexual.
A fim de criar personagens que desviassem a atenção para o local exato de onde moravam, os garotos de programa contavam às vítimas brasilienses que, na verdade, trabalhavam como atores e seriam ambos cariocas. No entanto, a dupla é paulista e mantinha residência fixa no bairro da Mooca, em São Paulo.
Veja fotos de Mayron Marreta e Ator Carioca:
Os gigolôs se tornaram alvo de operação a PCDF nas primeiras horas desta quinta-feira (13/4). As equipes cumpriram dois mandados de busca e apreensão e dois de prisão temporária em bairros de São Paulo. De acordo com as investigações ocorridas no âmbito da operação “Laqueus” — armadilha, em latim —, os garotos de programa criavam perfis sensuais em sites de acompanhantes.
Vítimas escolhidas
Segundo as apurações, na maioria das vezes a vítima entrava em contato com os gigolôs por meio do WhatsApp indicado nos anúncios. “Durante a conversa, os autores ganhavam a confiança da vítima e levantavam informações pessoais para poderem extorqui-las. Além disso, os autores trocavam fotografias de cunho sexual com as vítimas, a fim de poderem ter material para chantageá-las”, explicou o delegado Rafael Catunda, responsável pelas investigações
As investigações da PCDF apontaram que os garotos de programa escolhiam homens casados de alto poder aquisitivo para serem alvo dos golpes. Quando identificavam uma vítima que se encaixava neste perfil, a dupla tratava de conseguir fotos e vídeos durante sessões de sexo virtual.
Com o material em mãos, os autores se revezavam em extorquir dinheiro dos alvos. “Eles ordenavam que os homens realizassem transferências bancárias que variavam de R$ 3 mil a R$ 10 mil para que não expusessem a intimidade da vítima a familiares, especialmente esposas e companheiras, empregadores e pessoas próximas”, explicou o delegado.
Para reforçar a chantagem, os gigolôs encaminhavam dados pessoais obtidos ilicitamente na dark web, tais como endereço completo, nome completo, nome dos pais e profissão.
Vários estados
As investigações apontaram que os autores realizavam anúncios em sites de garotos de programas em quase todos os estados da Federação. No período em que foram investigados, apurou-se que eles fizeram vítimas nas seguintes cidades: Macaé (RJ), Belo Horizonte (MG), Florianópolis (SC), São Paulo, Maringá (PR) e Brasília.
No Distrito Federal, os autores realizaram anúncios se identificando como atores do estado do Rio de Janeiro (“atores cariocas”), sendo que no DF os gigolôs visavam vítimas que fossem empresários e servidores públicos do alto escalão. Os presos responderão pelos crimes de extorsão, podendo ser condenados a uma pena de até 15 anos para cada vítima identificada.