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“Mauro Cid do Braga Netto”: quem é o coronel do Exército alvo da PF

Como assessor direto de Braga Netto, Peregrino estava envolvido em questões estratégicas relacionadas à tentativa de golpe

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Foto colorida do coronel Flávio Botelho Peregrino, ex-assessor de Braga Netto
1 de 1 Foto colorida do coronel Flávio Botelho Peregrino, ex-assessor de Braga Netto - Foto: Reprodução/Youtube

O coronel Flávio Peregrino (foto em destaque), ex-assessor de Walter Braga Netto, desempenhou um papel fundamental nas operações envolvendo o ex-ministro e ex-candidato a vice-presidente de Jair Bolsonaro (PL). Neste sábado (14/12), Peregrino foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF), que cumpriu um mandado de busca e apreensão em sua residência em Brasília. Braga Netto, no entanto, foi preso em Copacabana, Rio de Janeiro.

Considerado “faz-tudo” do ex-ministro de Bolsonaro, Peregrino foi descrito por um militar próximo ao círculo de ambos como “o Mauro Cid de Braga Netto”.

Como assessor direto de Braga Netto, Peregrino estava envolvido em questões estratégicas relacionadas à tentativa de golpe que visava impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Ele foi uma das figuras-chave na coordenação das ações e no planejamento de medidas para subverter a ordem democrática. Sua função era atuar como intermediário entre Braga Netto e outros integrantes da rede de apoio ao golpe, além de realizar atividades logísticas e organizacionais.

O envolvimento de Peregrino com a operação golpista foi revelado por meio de documentos encontrados pela PF. Em fevereiro de 2024, um esboço de plano golpista foi localizado em sua mesa, dentro da sede nacional do Partido Liberal (PL), e estava guardado em uma pasta intitulada “memórias importantes”.

Lula não sobe a rampa: o plano encontrado com assessor de Braga Netto
Lula não sobe a rampa: o plano encontrado com assessor de Braga Netto

Esse documento, batizado de “Operação 142”, detalhava um plano para instaurar um estado de exceção no Brasil, distorcendo o artigo 142 da Constituição para justificar uma intervenção militar. O objetivo claro do plano era impedir que Lula assumisse a presidência e garantir que Jair Bolsonaro permanecesse no poder, mesmo após a derrota nas urnas.

O plano descrevia ações como a suspensão do processo de transição de poder, a anulação das eleições de 2022, a substituição dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a convocação de novas eleições. Além disso, detalhava a mobilização das Forças Armadas e a articulação com juristas para dar respaldo legal ao golpe.

Provas

A Polícia Federal reuniu uma série de provas comprometedoras contra Flávio Peregrino. Durante a operação de busca e apreensão, a PF encontrou um documento crucial em sua mesa relacionado à delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid.

O documento, segundo as investigações, possivelmente era um resumo da colaboração de Cid, com perguntas e respostas feitas a ele sobre o conteúdo de seu depoimento. As autoridades suspeitam que Peregrino tenha tido acesso e manipulado essas informações, o que caracteriza obstrução de justiça.

O coronel Peregrino, ao lado de outros envolvidos, foi indiciado pela PF por tentativa de golpe de Estado, com o objetivo de derrubar o governo eleito e promover a perpetuação de Bolsonaro no poder.

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