“Magnata do Café” faturou R$ 5 milhões com golpes em promotores e juízes
Ele foi preso preventivamente, nessa quinta-feira (27/7), quando se preparava para deixar um hospital de luxo, em São Paulo
atualizado
Compartilhar notícia
Preso por aplicar golpes contra juízes, promotores e advogados renomados, o empresário Rodrigo Bonametti de Miranda (foto em destaque), conhecido como o “Magnata do café”, causou prejuízo de R$ 5 milhões às suas vítimas. Ele foi preso preventivamente na quinta-feira (27/7) quando se preparava para deixar um hospital de luxo em São Paulo.
A coluna apurou que o golpista estava com uma mala de roupas e tinha objetivo de fugir das autoridades antes que fosse detido. Ele foi levado de camburão para a sede do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), da Polícia Civil paulista.
Bonametti ficou conhecido no Distrito Federal após deixar um rastro de vítimas na capital da República. Uma delas, um investidor, amargou prejuízo de R$ 360 mil. O caso foi revelado pelo Metrópoles.
Após a denúncia, a vítima procurou a Polícia Civil para fazer o registro de ocorrência. “Eu ainda imaginava que poderia recuperar o meu dinheiro. Depois, percebi que havia caído em um golpe”, disse. O homem aceitou contar sobre como o “Magnata do café” faz a captação de pessoas, que, mais tarde, seriam enganadas.
A vítima disse que conheceu Bonametti por meio de amigos em comum, que costumam frequentar restaurantes caros do DF e degustar vinhos sofisticados com rótulos de alto valor. “O Rodrigo costumava chegar aos lugares e tomar os vinhos mais caros. Usava roupas e relógios de grife e circulava entre pessoas influentes nos poderes Judiciário e Executivo”, contou.
Veja imagens do “Magnata do café”:
Lucro de 103%
O investidor relatou que conheceu o magnata em 2020 e, após fazerem amizade, o suspeito de estelionato ofereceu participação em uma espécie de clube de investimentos. “Bonametti se dizia herdeiro, e seu avô teria sido fazendeiro e lhe deixado a fazenda e a produção de café. Ele prometia supostas cotas da produção cafeeira e garantia um lucro de 98% a 103% ao ano”, contou.
A vítima comprou diversas cotas, totalizando R$ 300 mil. Além disso, o estelionatário ainda levou cerca de R$ 60 mil em garrafas de vinho que pertenciam ao investidor. “Ele levou grandes rótulos que havia na minha adega e jamais pagou. Fiquei no prejuízo em todas as situações”, desabafou.
Após a primeira reportagem ser publicada pela coluna Na Mira, o investidor rapidamente procurou a Polícia Civil para relatar também ter sido vítima do Magnata do café. Além dele, pelo menos outras quatro pessoas foram ouvidas em termo de declaração sobre os golpes sofridos.
A operação
Em março deste ano, policiais da 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul), em conjunto com a PCSP, deflagraram a Operação Meca, que teve como alvo o golpista. As buscas foram feitas em um hotel de luxo situado em Brasília, bem como em endereços de bairros da capital paulista.
Durante a ação, os investigadores apreenderam uma Mercedes Benz CLS AMG 63, avaliada em mais de R$ 500 mil, além de um Macbook, dois passaportes e um celular. Há diversos inquéritos instaurados, em São Paulo e Brasília, contra Rodrigo Bonametti. Ele é acusado de crimes de estelionato e contra a economia popular.
Há indícios de que o suspeito realizava o denominado “esquema Ponzi” (pirâmide financeira), por intermédio da venda de supostas cotas em um fundo de investimento em um empreendimento. O homem afirmava que tinha uma fazenda produtora de café em Piraju, município de São Paulo. Ele prometia o lucro da venda das sacas do produto por cotas que variavam de R$ 40 mil a R$ 60 mil. Foi apurado, no entanto, que a fazenda não existia.