Mãe de aluno espancado no DF recebe ameaça nas redes: “Vou pegar ele”
Após ser avisado de que as mensagens seriam levadas às autoridades, o suspeito desdenhou. “Não vão me localizar, essa conta é fake”, afirmou
atualizado
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A família do adolescente de 15 anos espancado na frente do Centro de Ensino Médio Ave Branca (Cemab), em Taguatinga Sul, passou a sofrer ameaças feitas por perfis falsos nas redes sociais. A mãe do aluno recebeu várias mensagens privadas, supostamente enviadas por um dos estudantes responsáveis pelas agressões.
O autor das mensagens afirma que, se a mãe do aluno resolver procurar a polícia, “ela veria uma coisa”. Em outro trecho, o dono do perfil garante que “pegaria o estudante”. Após ser avisado que as conversas seriam encaminhadas às autoridades, o suspeito desdenhou. “Não vão me localizar, essa conta é fake, pode procurar a delegacia”, pontuou o suspeito.
Antes de a conversa ser encerrada, a mãe do aluno agredido ficou preocupada ao ler o autor das mensagens afirmar que sabe onde todos da família moram e que ela tem “duas filhas lindas”. Os prints com as mensagens foram levadas para a Polícia Civil, que vai investigar o caso.
Veja as ameaças enviadas à mãe do aluno espancado:
O caso
O rapaz e dois amigos, alvos das agressões registradas em vídeo por outros alunos, já haviam sido ameaçados pelo grupo, apelidado de “bonde” no Cemab. Segundo a mãe do adolescente espancado, de 40 anos, o filho contou que os agressores passaram a encará-lo.
Ainda de acordo com a mãe, um dos estudantes se aproximou do adolescente e o ameaçou. “E aí, desgraçado?! Está me encarando por quê? Vamos pro X-1, resolver na saída”, teria provocado. “X-1” é a gíria usada por estudantes para uma briga no estilo “mano a mano”. Naquele dia, o “bonde” foi liberado às 16h30, e o adolescente, por volta das 18h. “Meu filho achou que todos já teriam ido embora e saiu. Mas estavam de tocaia esperando por ele”, narrou a mulher.
Veja as imagens de aluno sendo cercado e agredido:
Troca de socos
Quando passou pelo portão da escola, acreditando estar seguro, o aluno foi cercado pelo “bonde”, que começou as agressões. “Meu filho contou que teve tempo apenas de proteger a cabeça, mas o ataque foi covarde e brutal. Um amigo dele tentou defendê-lo, mas também acabou agredido”, desabafou a mãe.
O espancamento cessou apenas quando uma funcionária da escola ouviu a gritaria e chamou o vice-diretor da instituição. As vítimas acabaram sendo levadas para dentro da escola, enquanto o “bonde”, formado por alunos que moram em Vicente Pires, fugiu do local. “Eu acredito que, naquele dia, todos já foram para a escola com o objetivo de bater no meu filho, por isso vários estavam usando capuzes, para dificultar a identificação pelas câmeras de seguranças instaladas nas proximidades”, explicou.
Ela afirmou, ainda, que o filho chegou em casa com escoriações no rosto, no pulso e na boca. “As autoridades precisam apurar as brigas que ocorrem de forma rotineira na frente de algumas escolas em Taguatinga. Por sorte, meu filho não sofreu nada mais grave”, ressaltou. A família do menor espancado pretende registrar ocorrência na 12ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Centro) nesta segunda-feira (29/8).