Mãe acusa ex-cunhado de sequestrar filho no DF e escondê-lo em chácara
A mãe procurou a Polícia Civil em dois estados, além do DF, para registrar o crime de subtração de menor e recuperar a guarda do filho
atualizado
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As polícias do Distrito Federal (PCDF), de Goiás (PCGO) e da Paraíba (PB) apuram, simultaneamente, um caso de subtração de menor. O adolescente, de 15 anos, é filho de uma servidora da Secretaria de Educação do DF que mora em João Pessoa, na Paraíba. Sem o consentimento dela, o garoto está em poder do ex-marido e de familiares, entre eles o ex-cunhado dela e tio do garoto. Ele teria sido o responsável por levar o menino escondido da genitora.
A servidora conheceu o companheiro em 2006 e, dois anos depois, o filho deles nasceu. Em 2010, o casal se separou, e a mãe ficou com a guarda unilateral do menino. Depois, foi combinado o modelo de visitas do menor ao pai, com fins de semanas alternados. Já em 2022, a mulher decidiu mudar com a família para João Pessoa, na Paraíba. O nome dos autores não será divulgado para preservar a identidade do adolescente.
Mesmo com a distância, o adolescente sempre passava férias escolares com o pai e o tio em uma chácara, em Águas Lindas, no Entorno do DF. Em 14 de julho último, durante o período do recesso escolar, o menor viajou para a casa do pai. Ele deveria retornar no dia 30 do mesmo mês. No entanto, poucas horas antes do embarque do adolescente, o tio disse que o garoto não voltaria para João Pessoa e ficaria morando em Águas Lindas.
Registro suspeito
Desesperada, a mãe procurou a Polícia Civil em dois estados, além do DF, para registrar o crime de subtração de menor e tentar recuperar a guarda do filho. Segundo ela, o adolescente chegou a ser matriculado em uma escola no município goiano, mesmo sem sua assinatura nos documentos. “Com certeza, há algum tipo de irregularidade nesse trâmite, pois eles não tinham a documentação necessária para formalizar qualquer tipo de registro ou matrícula escolar”, disse.
A coluna apurou que já foi expedido pela Justiça um pedido de busca e apreensão em nome do adolescente. Segundo a mãe do menor, uma de suas preocupações é que o pai deixe o país na companhia do filho. “Há algum tempo, enviei uns documentos assinados para que o pai do meu filho também assinasse e assim eu tirasse o passaporte dele. Naquela época, o desejo era levá-lo para conhecer a Disney. Agora, fico com receio que ele saia do país. Por isso, também acionamos a Polícia Federal”, contou.
Na companhia do Conselho Tutelar goiano e de uma equipe da Polícia Militar de Águas Lindas, a advogada constituída pela mãe do adolescente chegou a ir até a chácara onde o garotou passou a morar. “O objetivo era ver como estava a situação do menor, mas a família não deixou que eles conversassem a sós. Também descobrimos que ele foi retirado da escola e matriculado em outra, mas que não estaria frequentando as aulas”, afirmou a mãe.
Forte influência
De acordo com a servidora, o tio do menino, funcionário público dos quadros da Secretaria de Educação de Goiás, é o principal articulador do plano que convenceu o adolescente a abandonar a vida na Paraíba e se afastar da mãe. A família teria forte influência política no município. “Isso tem dificultado o processo de retomada da guarda”, ressaltou.
A mãe do adolescente ainda destacou que o tio do menino chegou a viajar para João Pessoa quando o menino ainda morava na capital paraibana. “Ele aproveitou aqueles dias que passou com meu filho para influenciá-lo. Eu já vi imagens dele com maços de dinheiro e cavalgando. São situações que usam para seduzi-lo”, desabafou.