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Maconha líquida: saiba quem são as “influenciadoras do bagulho” no DF

Contratadas pela organização criminosa especializada no tráfico de drogas, as influenciadoras publicavam propaganda dos refis de maconha

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Influencers são presas acusadas de fazer merchan para o tráfico de óleo de maconha na internet - Metrópoles
1 de 1 Influencers são presas acusadas de fazer merchan para o tráfico de óleo de maconha na internet - Metrópoles - Foto: Arte/Metrópoles

atualizado

Braço importante no esquema internacional de tráfico de drogas desmantelado pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) nesta quarta-feira (24/4), as três influenciadoras digitais brasilienses presas preventivamente costumavam utilizar as redes sociais para fazer propaganda dos refis de maconha.

A coluna identificou as “influenciadoras do bagulho” presas no âmbito da Operação Refil Verde.

Com mais de 38 mil seguidores no Instagram, Rhaynara Didoff se apresenta em seu perfil como atriz, cantora e humorista. Durante as apurações, investigadores da Coordenação de Repressão às Drogas (Cord) identificaram e colheram provas materiais de que a influenciadora foi contratada pela rede de tráfico para fazer propaganda das “canetas” e refis com óleo de maconha traficados pela rede criminosa país afora.

Nas imagens publicadas em seus Stories, a influencer utiliza as canetas e recomenda o consumo da droga, além de divulgar o link dos sites que traficam a maconha em sua forma líquida.

Em tom bem-humorado, a blogueira publica sua rotina de vida em paralelo ao consumo das “canetas mágicas”.

Influenciadoras do bagulho

A segunda influenciadora do DF presa nesta quarta por envolvimento com o tráfico de drogas é Elisa de Araújo Marden. Em seu perfil no Instagram, ela se apresenta como empresária e compartilha fotos e vídeos de viagens e festas, sempre fazendo apologia ao uso de maconha.

Em vídeos produzidos após encomenda do grupo responsável pelo tráfico dos refis de maconha, a influenciadora costuma recomendar a compra dos produtos divulgando os endereços dos sites dos traficantes.

A terceira influenciadora presa é Letícia Susane Correia Castro. Como as outras duas, a jovem utiliza suas redes sociais para divulgar os refis de maconha com alto teor de THC nos Stories, fazendo “merchan” para o grupo criminoso. Susane alterna entre fotos e vídeos em praias paradisíacas e a utilização das “canetas” turbinadas com óleo de maconha.

As três influenciadoras presas pela Cord responderão pelo crime de tráfico de drogas e associação para o tráfico. O trio foi alvo de mandado de prisão preventiva e deverá ser encaminhado para o Presídio Feminino, a Colmeia, no Gama.

Veja imagens das “influenciadoras do bagulho” presas na Operação Refil Verde, da PCDF:

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Letícia Susane usava as redes sociais para divulgar o óleo de maconha
Letícia postava, também no Instagram, fotos de viagens que costumava fazer
Letícia será levada para a Colmeia
Rhaynara Didoff
Rhaynara  usa as redes sociais para fazer apologia ao uso de maconha
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Letícia Susane Correia Castro é uma das presas na quarta-feira (24/4)

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Letícia Susane usava as redes sociais para divulgar o óleo de maconha

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Letícia postava, também no Instagram, fotos de viagens que costumava fazer

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Letícia será levada para a Colmeia

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Rhaynara Didoff

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Rhaynara usa as redes sociais para fazer apologia ao uso de maconha

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Elisa de Araújo Marden

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Elisa também foi detida nessa quarta-feira

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Elisa de Araújo posta fotos em momentos de descontração

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Marden foi um dos alvos da PCDF

A investigação

As investigações da Operação Refil Verde desmantelaram um esquema que operava lavagem de dinheiro, tráfico internacional de drogas e crimes contra a saúde pública.

A organização criminosa, liderada por um casal de empresários de São Paulo, adquiria contas bancárias em nome de terceiros e utilizava empresas fantasmas para lavar o dinheiro do tráfico. A operação cumpre nove mandados de prisão e 12 de busca e apreensão no Distrito Federal, Rio de Janeiro e em São Paulo.

O grupo criminoso mantinha websites e contas em redes sociais para o comércio eletrônico dos produtos, informando que estavam vendendo remédios para diversos tipos de doenças. Os traficantes utilizavam-se de números internacionais para o contato com os clientes por meio do WhatsApp.

Nesse momento, entrava em ação o trabalho dos influenciadores digitais. Alguns deles eram contratados país afora para divulgar a venda da droga em seus perfis no Instagram.

“Rota da cera”

Sofisticado, o esquema internacional de logística, organizado para trazer os refis com óleo de maconha da Califórnia (EUA), chamou a atenção dos investigadores.

O casal de traficantes adquiria o óleo da erva de fornecedores americanos. Em seguida, a droga era minuciosamente escondida dentro de potes de cera para depilação. Em seguida, os milhares de vasilhames deixavam o país norte-americano em aviões comercias.

A droga costumava aterrissar em solo paraguaio e cruzava a fronteira com o Brasil por meio de Foz do Iguaçu, no Paraná. Em sua última parada, a maconha em sua forma líquida chegava a São Paulo. Dentro de depósitos de propriedade dos criminosos, o óleo da droga era extraído com a ajuda de seringas e colocado dentro dos refis.

A grande sacada dos traficantes vinha logo em seguida. A droga já devidamente envazada era camuflada dentro de colas em bastão e logo depois enviada via correios para todo o país.

O volume de droga enviada, segundo os investigadores era imenso, com usuários espalhados por todo o Brasil.

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Tráfico no site

Em São Paulo, parte do bando manipulava as drogas e as colocava em refis de cigarros eletrônicos. Os criminosos misturavam solventes e aromatizantes ao óleo e enganavam os clientes pelos websites e redes sociais do grupo, alegando que estavam vendendo diferentes alterações genéticas de maconha.

De acordo com as investigações, profissionais de TI do Rio de Janeiro eram responsáveis pela construção das plataformas de comércio eletrônico do grupo, colaborando com a lavagem de dinheiro a partir da automatização dos pagamentos e utilização de documentos e dados falsos no contato com a rede bancária.

Parte dos insumos para a construção dos cigarros eletrônicos vinham da China e eram personalizados, com a logomarca da organização criminosa, no Rio de Janeiro. O bando se aproveitava da falta de fiscalização nas redes socais para obter lucros milionários.

O esquema estava em expansão, criando redes de contatos em diversos países e websites, além de redes sociais reservas, para o caso de algum perfil ser derrubado.

 

Base de operação

Os líderes do grupo, também alvos da operação deflagrada nesta quarta-feira, ficavam no interior de São Paulo e não tinham contato direto com as drogas, que eram enviadas a traficantes e usuários por meio de contrato com uma empresa privada e postadas pelos Correios.

Os chefões operavam o mercado ilícito remotamente, usando e abusando de várias camadas de proteção, para evitar que a polícia chegasse a eles.

Os investigadores também notaram a participação ativa de mulheres, exercendo, inclusive, papéis de liderança nas ações criminosas. O grupo tentava atingir um público maior, alegando funções terapêuticas para os produtos.

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