Lavanderia do tráfico atende facções do país e movimenta R$ 770 mi
Esquema de lavagem de dinheiro alvo de operação policial tinha alcance nacional e era operado a partir de São Paulo
atualizado
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A Força-Tarefa de Combate ao Crime Organizado no Rio Grande do Sul (Ficco-RS) deflagrou, nesta quarta-feira (9/10), a Operação Privilege, para combater uma rede de operadores financeiros que presta serviços a diversas organizações criminosas em todo o Brasil.
Nos últimos cinco anos, investigações detectaram mais de R$ 770 milhões em depósitos em todo o território brasileiro, segundo relatórios de inteligência financeira (RIFs).
Durante a operação, 102 policiais cumprem 13 mandados de prisão preventiva, além de 20 de busca e apreensão. A Justiça decretou, ainda, o sequestro de bens imóveis e veículos, assim como o bloqueio de valores em contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas investigadas.
As ordens judiciais partiram do colegiado da 2ª Vara Estadual de Processo e Julgamento dos Crimes de Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro, que também autorizou o bloqueio de até R$ 70 milhões em 82 contas bancárias pertencentes a grupos que atuaram no Rio Grande do Sul.
A investigação começou após o recebimento de informações sobre um grupo que recolhia dinheiro em espécie de facções criminosas atuantes no Vale do Rio dos Sinos (RS) e na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul para lavar esses valores.
O esquema identificado pelas autoridades tem alcance nacional e era operado a partir de São Paulo, com uso de contas bancárias de “laranjas” para movimentar recursos ilícitos.
No Vale do Rio dos Sinos, integrantes de uma facção criminosa local usavam essa estrutura para lavar dinheiro proveniente do tráfico de drogas, com coletas semanais de valores que eram posteriormente depositados e disponibilizados como ativos de origem aparentemente lícita.
Só no Rio Grande do Sul, as investigações detectaram mais R$ 73 milhões em movimentações dessa natureza.