Laudo da PCDF confirma lesão sexual em influencer vítima de dentista
A mulher é influencer digital e a primeira vítima a registrar ocorrência contra Gustavo Najjar, segundo a PCDF
atualizado
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Um laudo elaborado pelo Instituto de Medicina Legal da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), concluído nesta semana, confirmou que uma das vítimas do dentista Gustavo Najjar (foto em destaque), 37 anos, apresentava lesão corporal compatível com abuso sexual.
O laudo complementar também confirmou a conjunção carnal e atestou a presença de espermatozoides no material biológico colhido da jovem, que é influencer digital. Outro exame, realizado nas vestes da mulher, também detectou a presença de espermatozoides.
Os dois materiais biológicos foram encaminhadas ao Instituto de Pesquisa e DNA Forense (IPDNA) e serão confrontados com o material genético que foi colhido do investigado após a sua prisão.
O especialista em harmonização facial foi preso pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) quando chegava ao seu consultório, em um shopping de Brasília, em 12 de setembro.
Com mais de 13 mil seguidores no Instagram, onde compartilha resultados das harmonizações feitas em seus pacientes, Najjar foi alvo de mandado de prisão temporária, com prazo de 30 dias. Em suas redes, o dentista afirma que possui “mais de 11 mil atendimentos e zero intercorrência, além de mais 1000 alunos no Brasil e exterior”.
Levado para a delegacia, o dentista foi ouvido pela polícia. De acordo com as investigações, a vítima, de 33 anos, havia conhecido o autor por meio de suas redes sociais. A influencer teria ido ao consultório após ter sido convencida pelo profissional a realizar uma avaliação para ser submetida a um procedimento de harmonização facial.
Outros inquéritos
Os policiais da 5ª Delegacia de Polícia (área central) instauraram outros dois inquéritos contra ele: um para apurar um crime de estupro de vulnerável, que teria ocorrido em 2020, e outro para investigar a prática do crime de importunação sexual, que teria sido praticado um dia antes da prisão do dentista.
Somadas, as penas desses três crimes podem alcançar os 30 anos de prisão.
Também foi registrado outro crime contra o dentista, mas, por ter sido cometido em Fortaleza (CE), as informações serão remetidas à Polícia Civil do Ceará.
A PCDF ainda procura outras vítimas do autor e solicita que as denúncias sejam realizadas diretamente na 5ª DP ou pelo disque-denúncia, telefone 197.
Veja imagens de dentista preso acusado de estuprar influenciadora:
Gritos de pânico
A influencer contou que, ao chegar ao consultório do dentista, já no fim do expediente, o dentista pediu que ela mostrasse os procedimentos que tinha feito no corpo, já que havia realizado diversas cirurgias estéticas após um grande processo de emagrecimento.
Acreditando na boa-fé do dentista, a jovem deixou que ele analisasse o seu corpo. Porém, quando estava olhando os glúteos da vítima, o autor disse que precisava testar a sensibilidade e desferiu um tapa nas nádegas da denunciante.
Constrangida, a vítima disse que precisava ir embora, mas o dentista a agarrou e passou a estuprá-la. A mulher tentou se desvencilhar e passou a gritar que queria sair. O dentista puxou a influencer novamente, ato que fez um rasgo na calça dela, e afirmou que ninguém a escutaria, porque todos já tinham ido embora.
Em pânico, a influenciadora não conseguiu mais resistir, e o autor consumou a prática sexual. Após terminar o ato, o dentista voltou a conversar com a vítima sobre os procedimentos estéticos que faria, como se nada tivesse acontecido.
Ainda em choque, a mulher foi embora e se encontrou com seu ex-marido e com sua filha, os quais a aguardavam passeando no shopping em que o autor atende. No caminho para casa, a vítima contou para seu ex-marido o que tinha acontecido. Em seguida, o casal foi até uma delegacia e registrou a ocorrência policial.
O outro lado
Em nota, emitida já na noite deste sábado (23/9), a defesa do dentista Gustavo Najjar criticou o vazamento da investigação conduzida pela Polícia Civil do DF, que corre em segredo de Justiça, e diz que não comentará os detalhes do processo, justamente por conta do caráter sigiloso do inquérito. “O que podemos adiantar, mais uma vez, é que não houve crime e que já existem provas robustas sobre isto, o que torna o vazamento parcial de informações gravíssimo. A divulgação de informações escolhidas pelos agentes públicos encarregados do inquérito, além de configurar ilícitos graves, busca criar sensacionalismo irracional para antecipar um julgamento sobre os fatos em apuração”, disse a defesa.
Os advogados do suspeito de estupro, ainda em nota, dizem que tomarão “medidas legais” para “responsabilizar os agentes públicos que, mesmo advertidos, insistem em transgredir a lei, e que assume, de forma deliberada, o risco dos resultados de sua conduta irresponsável”.
“Por fim, a defesa vai postular no Juízo competente que seja então autorizado, dada a divulgação parcial e despropositada de informações direcionadas, e para se garantir a paridade de tratamento, a divulgação das provas existentes em favor do seu cliente – o que não se pode revelar agora sem expressa autorização judicial em razão do sigilo dos autos e da exposição da intimidade de outras pessoas envolvidas na investigação”, finalizou a defesa do dentista.
Leia a nota na íntegra:
“A defesa de Gustavo Naijar repudia, com veemência, o vazamento parcial de trechos da investigação que corre em segredo de justiça. Não houve os ilícitos cogitados prematuramente pela autoridade policial.
A defesa não vai comentar os detalhes do processo em respeito ao sigilo dos autos.
O que podemos adiantar mais uma vez é que não houve crime e que já existem provas robustas sobre isto, o que torna o vazamento parcial de informações gravíssimo.
A divulgação de informações escolhidas pelos agentes públicos encarregados do inquérito, além de configurar ilícitos graves, busca criar sensacionalismo irracional para antecipar um julgamento sobre os fatos em apuração.
Todas as medidas legais estão sendo tomadas para responsabilizar os agentes públicos que, mesmo advertidos, insistem em transgredir a lei, e que assumem, de forma deliberada, o risco dos resultados de sua conduta irresponsável.
Por fim, a defesa vai postular no Juízo competente que seja então autorizado, dada a divulgação parcial e despropositada de informações direcionadas, e para se garantir a paridade de tratamento, a divulgação das provas existentes em favor do seu cliente – o que não se pode revelar agora sem expressa autorização judicial em razão do sigilo dos autos e da exposição da intimidade de outras pessoas envolvidas na investigação.
Solicita-se que a presente nota seja divulgada em sua integralidade, sem prejuízo da divulgação da versão do cliente após a autorização judicial quanto a exposição das provas em seu favor”.