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Justiça mantém prisão de delegado Robson Cândido, ex-diretor da PCDF

Existe a possibilidade de o delegado descer no próximo “bonde” para o complexo penitenciário da Papuda, onde ficaria em uma ala especial

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Robson Cândido, diretor-geral da PCDF
1 de 1 Robson Cândido, diretor-geral da PCDF - Foto: André Borges/Metrópoles

Robson Cândido, ex-diretor da Polícia Civil do Distrito Federal, teve a prisão preventiva mantida pela Justiça após audiência de custódia realizada na noite desse sábado (4/11). O delegado foi colocado em uma cela individual, isolado de outros presos, na carceragem do Departamento de Polícia Especializada (DPE).

Existe a possibilidade de Robson Cândido descer no próximo “bonde” para o complexo penitenciário da Papuda, onde ficaria em uma ala especial, separado da massa carcerária. Para manter a prisão do delegadom o juiz do processo, Frederico Ernesto Cardoso Maciel, ressaltou que o ex-chefe da PCDF mantinha o monitoramento da ex-amante, mesmo após deixar a direção da corporação em outubro deste ano. “Há grave risco à integridade da vítima, o que justifica a decretação da prisão preventiva”, afirmou o magistrado na sentença.

Robson Cândido foi preso preventivamente nesse sábado (4/11), em sua casa, no Park Way. A coluna Na Mira teve acesso a decisão que aceitava o pedido feito pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). “A vítima narrou que Robson a persegue, surpreendendo-a diversas vezes na rua e em locais por ela frequentados, o que fortalece os indícios da utilização indevida da medida de monitoramento para a pratica do delito de stalking. Ademais, mesmo após ter sido intimado das medidas protetivas deferidas em favor da vitima, não foram tomadas medidas para encerrar o monitoramento eletrônico sobre a vítima”, diz o documento.

Apuração do MPDFT

Além de Robson Cândido, a apuração do MPDFT teve como alvo o delegado-chefe da 19ª Delegacia de Polícia (Ceilândia Norte), Thiago Peralva. Segundo os promotores, os dois realizaram manobras nos autos de um processo criminal para inserir o telefone da vítima, que alega ser ex-amante do ex-diretor geral da PCDF, em um monitoramento ilegal.

“[Os dois] Também utilizaram-se de bens pertencentes à Polícia Civil como viaturas descaracterizadas, celulares corporativos, carros oficiais e celulares de outros delegados da Direção-Geral da PCDF para a prática de delitos contra mulher em situação de violência doméstica”, informa a decisão que resulto na prisão preventiva de Cândido.

O MPDFT, por meio do NCAP e do GAECO, requereu a prisão preventiva do delegado Thiago Peralva, porém, o pedido foi negado pelo juiz que, como medida cautelar diversa, impôs o uso de tornozeleira eletrônica e o afastamento das funções.

Ação dolosa

Na mesma decisão, a Justiça reforça que a manobra realizada nos autos do processo indica que a mulher foi alvo de interceptação ilegal: “A vítima não consta como investigada ou interlocutora de qualquer um os alvos da operação policial, o que indica que foi dolosamente inserida para que os representados tivessem conhecimento de sua localização em tempo real”.

Dois promotores do  Núcleo de Investigação e Controle Externo da Atividade Policial (Ncap) do MPDFT, acompanhados de 20 policiais, também cumpriram mandado de busca e apreensão nas dependências da 19ª Delegacia de Polícia comandada por Thiago Peralva. Foram apreendidos computadores, HD, Go Pro e pen drives. Além da delegacia, a casa de Thiago Peralva também foi alvo de busca e apreensão.

 

 

Entenda o caso

A operação teve apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MPDFT. Robson Cândido deixou o cargo de diretor em 2 de outubro, após ser denunciado pela esposa e outra mulher, que alega ser sua amante. Em seguida, ele se aposentou – o ato da aposentadoria do ex-diretor foi publicado no dia 17 de outubro.

A esposa e a suposta ex-amante procuraram a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher, na Asa Sul, e acusaram o delegado de perseguição e ameaças.

Segundo a vítima, Robson não teria aceitado o término do suposto relacionamento e passou a persegui-la em diversos lugares. Ainda de acordo com o relato dela, o ex-diretor da PCDF “sempre demonstrava saber onde ela estava e o que fazia”.

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