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Justiça já negou prisão de bombeiro que estuprou a filha por 20 anos

Militar da reserva preso nessa terça teria abusado sexualmente da filha e de dois netos. Primeira denúncia foi registrada em abril de 2023

atualizado

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A Justiça do Distrito Federal já havia negado a prisão do capitão da reserva do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) preso pela Polícia Civil (PCDF), nessa terça-feira (17/12), suspeito de abusar sexualmente da própria filha durante mais de duas décadas. Os netos do militar, de 9 e 10 anos, também teriam sido vítimas dos crimes.

Em 2023, a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) 2, em Ceilândia, chegou a fazer um pedido de prisão contra o bombeiro, mas a Justiça não o autorizou, por entender que medidas alternativas ao encarceramento seriam suficientes.

Agora, o militar deve responder pelo crime de estupro de vulnerável. O tempo máximo da pena, somados os casos, pode chegar a 60 anos de reclusão.

As denúncias detalham que o militar de 59 anos estuprou a filha pela primeira vez quando ela tinha 6 anos, e os abusos teriam continuado até a vítima completar 27. Quanto aos netos, as crianças foram supostamente violentadas durante quatro anos.

Os crimes só teriam parado em abril de 2023, quando a filha do capitão da reserva procurou a Deam 2 para denunciar o caso. Em novembro último, uma das avós dos netos do bombeiro foi à 24ª Delegacia de Polícia (Setor O) e também registrou ocorrência por estupros supostamente cometidos contra as crianças.

A 24ª DP, então, pediu à Justiça a prisão do militar, e o mandado foi cumprido nessa terça-feira, em um apartamento de Águas Claras.

Pelo fato de os crimes investigados envolverem crianças, o militar não terá o nome divulgado pela reportagem.

Ao Metrópoles o delegado-chefe da 24ª DP, Fábio Farias, afirmou que declarações dos parentes do acusado e das vítimas foram “contundentes no sentido dos abusos”. “Em depoimento especial, uma das crianças confirmou o crime, inclusive o que havia sido dito pela avó na ocorrência”, destacou.

No relato a policiais da Deam 2, a mãe de uma das crianças também contou que, em uma ocasião, enquanto dava banho no filho, ele reclamou de um toque na altura do ouvido. “O garoto estranhou, falou que não gostava desse tipo de brincadeira e começou a chorar. A mãe estranhou, e a criança confessou que ‘o vovô’ pegava e colocava a boca na parte íntima do menino”, detalhou o delegado.

Por enquanto, o investigado segue detido em um batalhão do Corpo de Bombeiros, por se tratar de capitão da reserva da corporação. Diante desse caso, o delegado Fábio Farias chamou a atenção para que as famílias prestem atenção ao relatos de menores de idade que podem ser vítimas de abuso sexual.

“Quando a criança comenta algo assim, não se pode, de forma alguma, questionar ou repreender. Na maioria esmagadora dos casos de delitos contra a dignidade sexual, os autores são pessoas de dentro da família”, alertou o policial civil.

O Metrópoles não localizou a defesa do bombeiro. Porém, o CBMDF informou à reportagem que “acompanha o caso junto aos setores responsáveis”. “Colocamo-nos à disposição dos órgãos de Justiça para colaborar naquilo que nos compete”, ressaltou a corporação.

“O CBMDF segue acompanhando o caso juntamente aos setores responsáveis e reitera que prima pela conduta ilibada e exemplar de nossos militares, que são pautadas pelos regulamentos e pilares que norteiam a corporação. Estamos empenhados em investigar quaisquer denúncias de irregularidades e garantir que medidas adequadas sejam tomadas”, concluiu o Corpo de Bombeiros.

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