Investigado por “carona em viatura” ganha cargo estratégico na PM
Borges saiu do cargo que ocupava, no gabinete do subcomandante-geral e passou a integrar a Secretaria de Relações Institucionais (SRI)
atualizado
Compartilhar notícia
Investigado em três inquéritos policiais militares (IPM), o major Fábio Borges Ferreira da Costa passou a ocupar um cargo estratégico dentro da corporação, 11 dias após ligar para o 190 e ordenar que os militares que atenderam a ocorrência levassem um de seus funcionários de volta para casa, em Ceilândia. Ele saiu do cargo que ocupava, no gabinete do subcomandante-geral, e passou a integrar a Secretaria de Relações Institucionais (SRI), unidade ligada diretamente ao comando-geral da PMDF.
As apurações que tramitam na corregedoria resultaram na exoneração de três oficiais, entre eles, o coronel Alessandro Marco Alencar Alves que atuava como corregedor. Coincidência, ou não, Marco Alves fez parte da auditoria militar que condenou o major Fábio Borges em 2019 a sete meses de suspensão do exercício do cargo, por exercício de comércio por oficial, crime previsto no Código Penal Militar (CPM). Na mesma época, Borges havia sido nomeado como administrador do Setor Complementar de Indústria e Abastecimento (Scia) e Estrutural.
Conforme consta no processo do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), Costa foi denunciado por atuar como diretor comercial da Skip Eventos Ltda, fato que configura o delito previsto no art. 204 do CPM. Segundo documento do Ministério Público, o major representou a empresa perante as comissões de formatura do Curso de Formação de Praças do Corpo de Bombeiros Militar do DF (CBMDF) de 2013 e do Curso de Formação de Praças da PMDF de 2014.
Carona
Segundo informações da corporação, o major estaria “visivelmente embriagado” quando determinou o traslado via 190, em 22 de dezembro do ano passado.
Questionado a respeito da ordem, aparentemente ilegal, o major teria afirmado que a determinação havia partido do subcomandante-geral da PMDF, Hércules Freitas. “[Os policiais] podiam falar com quem quisessem, pois era uma ordem do subcomandante-geral”, relata o registro de atividade policial.
Conforme a coluna noticiou, esta não é a primeira mudança nos quadros da corregedoria após o fato polêmico. Em 19 de janeiro deste ano, o coronel Marcus Paulo Koboldt, que tocava as investigações, foi retirado do cargo de corregedor adjunto. Ele assumiu a Subchefia de Operações do Departamento de Operações (DOP) da corporação.