Hulkinho do Tráfico é preso de novo e tem fiança definida em R$ 50 mil
Jean Ferreira Leal usa tornozeleira eletrônica. Ele havia sido preso em setembro e detido novamente na madrugada da última quarta-feira
atualizado
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Jean Ferreira Leal, garoto de programa conhecido como Hulkinho do Tráfico, acabou detido pela terceira vez, nessa sexta-feira (26/11), depois de furtar o carro do primo em um bar da Candangolândia.
Hulkinho do Tráfico dopa homem, leva carro e rouba cliente de travesti.
Segundo informações da ocorrência registrada na 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul), o primo do garoto de programa estacionou um veículo Celta em frente ao estabelecimento que ele é dono e, enquanto se distraiu durante uma conversa, Jean pegou as chaves do veículo e desapareceu do local.
Veja imagens do Hulkinho
Após ser acionada pela vítima, a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) iniciou diligências e localizou o carro furtado estacionado na QE 40 do Guará 2. Jean estava dentro do bar Hookah, onde fazia uso de narguilé. Ao perceber a presença dos PMs, ele tentou se esconder na caixa de força do local, mas acabou encontrado e detido.
Jean acabou preso e recolhido à carceragem da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). De acordo com fontes policiais, a delegacia arbitrou fiança em R$ 50 mil.
Histórico
Jean havia sido preso pela segunda vez na madrugada da última quarta-feira (24/11). Segundo a ocorrência registrada na 2ª DP (Asa Norte), ele xingou os membros da corporação ao ser perguntando sobre uma coação contra o cliente de uma travesti.
De acordo com a denúncia registrada pelo cliente da travesti, ele teria negociado um programa no valor de R$ 110 e pagou adiantado, já dentro de um quarto na comercial da 711/712 Norte.
Alguns minutos depois, no entanto, Hulkinho apareceu. Para intimidar o homem, se identificou como agente do Departamento de Trânsito do DF (Detran-DF). O michê disse que o cliente deveria pagar mais R$ 500 pelo programa, no débito. O cliente diz que foi alvo de socos e chutes, mas conseguiu fugir do apartamento e pedir ajuda da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF).
Por coincidência, os policiais acionados pelo cliente da travesti estavam na W3 Norte em busca de Jean, mas por outro motivo. Eles acharam um carro abandonado na altura da 703, que tinha uma ocorrência de roubo relacionada ao próprio Jean.
Segundo a ocorrência registrado em 16 de novembro, Hulkinho teria conhecido um homem em uma festa no dia anterior e os dois foram embora do local juntos, em direção ao apartamento do dono do veículo. Aos policiais, o homem disse que, chegando em casa, “começou a ficar sonolento, como se estivesse dopado, e acabou adormecendo”. Quando acordou, percebeu que a carteira e carro haviam sumido.
Ao ser abordado na W3, Jean passou a xingar e a desacatar os PMs. Eles reagiram com o uso da força, imobilizando e algemando o Hulkinho, que assinou um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) na 5ª DP (Área Central) e foi liberado em seguida.
Na primeira vez, Hulkinho foi preso em setembro por tráfico de cocaína e ecstasy em festas voltadas para o público gay.
O que disse Jean
Sobre o roubo do carro, Hulkinho alegou que conhece o dono do veículo há dois anos e que pegou o meio de transporte emprestado com a permissão dele. Segundo Jean, o acordo era de que a devolução ocorresse nessa sexta-feira (26/11) e negou que tivesse aplicado o golpe conhecido como “Boa Noite Cinderela” na vítima.
Já com relação ao caso com a travesti, ele disse que não agrediu o cliente e também não ofereceu resistência à PM. De acordo com o garoto de programa, ele “foi preso logo após lanchar, indo para casa”.
Relembre o caso
Hulkinho ficou preso por dois dias em setembro, após operação deflagrada pela Seção de Repressão às Drogas (SRD) da 5ª Delegacia de Polícia (Área Central). A Justiça determinou o uso de tornozeleira eletrônica por 90 dias após o fato.
De acordo com as investigações, ele fazia venda casada. Ao realizar programas sexuais com os clientes, oferecia porções de cocaína e drogas sintéticas aos usuários. O suspeito também vendia entorpecentes para clientes cativos em bares do Plano Piloto.
Em setembro, Hulkinho foi detido quando estava próximo a uma padaria, na 312 Norte, onde negociava a venda de porções de cocaína do tipo “escama de peixe” – pó com alto teor de pureza e mais cara do que a coca comum – com um cliente. Ao perceber a presença dos policiais, o traficante jogou mesas e cadeiras sobre as equipes da 5ª DP e tentou fugir, sendo alcançado metros à frente.
Durante a abordagem, o suspeito tentou se livrar das porções de cocaína e de vários comprimidos de ecstasy. Os policias, no entanto, apreenderam as drogas. Ouvidas na delegacia, testemunhas confirmaram que tinham o hábito de comprar entorpecentes com Hulkinho, principalmente em festas LGBTQIA+ ou em bares da cidade. O suspeito foi autuado, em flagrante, por tráfico de drogas.