Hackers invadem sistema de milhagem e dão golpe em parlamentares
Os hackers invadiam as contas de empresas de agências de turismo do Distrito Federal, de programas de milhas de viagem de pessoas físicas
atualizado
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Na manhã desta quarta-feira (31/7), a Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC) deflagrou a operação interestadual Destino Final, que prendeu o principal líder de associação cibercriminosa, radicada no Mato Grosso do Sul. O bando era especializado na invasão de contas de agências de turismo e de aplicativos de programas de milhagem e fez centenas de vítimas no Distrito Federal.
O bando emitia passagens para os chamados “trechos premium”, no mercado negro da Deep Web. Os hackers invadiam as contas de empresas de agências de turismo do Distrito Federal, de programas de milhas de viagem de pessoas físicas com grande pontuação neste sistema e emitiam bilhetes conhecidos como “passagens de desistência”, ou seja, cuja a viagem ocorreria em, no máximo, três dias. O objetivo era driblar as companhias aéreas, que não percebiam o golpe e não cancelavam as passagens.
Entre as vítimas, estão muitos parlamentares, já que, no exercício da função política, recebem verbas para fazerem viagens oficiais, acumulando grande pontuação.
Com apoio do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado da Polícia Civil do Estado de Mato Grosso do Sul (Dracco), foi cumprido um mandado de prisão preventiva, dois mandados de busca e apreensão de bens, bloqueios de contas e sequestro de carro de luxo, na cidade de Campo Grande (MS).
A operação policial também contou com o apoio logístico de avião do Departamento de Operações Aéreas (DOA), para o transporte de parte da equipe policial, bem como para recambiar o preso para o Distrito Federal, onde cumprirá a prisão cautelar.
As evidências virtuais coletadas nos equipamentos serão periciadas pelo Instituto de Criminalística (IC), sobretudo, para identificar o método de invasão utilizado pelos hackers, o uso de cartões de créditos falsificados, provavelmente, conseguidos em grupos da Dark Web, a suspeita de expedição de passagens para pessoas ligadas ao narcotráfico, vulgarmente conhecidas como “mulas”, e a lavagem de dinheiro.
Pela prática dos crimes de associação criminosa, invasão de dispositivos informáticos, falsidade ideológica, furto qualificado pela fraude cibernética, estelionato mediante fraude eletrônica e lavagem de capitais, os investigados poderão receber pena de até 39 anos de prisão.