Grupo que se passava por ministros de Lula pedia transferência via Pix
Geralmente com o pretexto de ajudar terceiros, os falsos ministros contatavam as vítimas e lhes pediam ajuda financeira
atualizado
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A quadrilha que se passava por ministros do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) clonava perfis de WhatsApp das autoridades e pedia pagamentos via Pix para as vítimas.
Os estelionatários foram alvo da Operação Alto Escalão, deflagrada por agentes da 5ª Delegacia de Polícia (Área Central). Foram cumpridos nesta terça-feira (7/11) oito mandados de busca e apreensão em Recife (PE) e João Pessoa (PB).
Geralmente com o pretexto de ajudar terceiros, os falsos ministros contatavam as vítimas e lhes pediam que realizassem transferências via Pix para alguma pessoa necessitada.
Até o momento, foram identificadas como vítimas do grupo criminoso, entre outras autoridades, os seguintes ministros:
- Juscelino Filho (Comunicações)
- Camilo Santana (Educação)
- Renan Filho (Transportes)
- Rui Costa (Casa Civil)
- Luiz Marinho (Trabalho)
- Carlos Lupi (Previdência Social)
Como funcionava o esquema
Os criminosos diziam que os ministros não poderiam transferir diretamente, pois não poderiam vincular seu some a tal pessoa, e que depois de feito o pagamento solicitado eles iriam ressarcir a vítima.
Em um dos casos, a quadrilha se passou por um ministro e contatou o presidente de uma associação comercial do interior de São Paulo dizendo que estava com uma demanda na cidade vizinha.
Em seguida, disse que uma pessoa ligada a ele faleceu em tal local e que precisava passar alguns recursos financeiros para a família, mas não estava conseguindo efetivar a transação financeiras e pedia para que alguém da associação fizesse por ele, prometendo a devolução do valor.
Um fato que chamou a atenção dos investigadores é que os estelionatários tinham conhecimento da agenda das autoridades públicas pelas quais se passavam, pois tal ministro teria tido um compromisso político naquela mesma região dias antes, e a associação comercial vítima teria participado desse encontro.
Investigação durou seis meses
Os fatos passaram a ser apurados pela 5ª DP após alguns dos ministros terem procurado a delegacia para comunicar a prática de crimes usando os nomes deles.
Após 6 meses de investigação, os policiais da 5ª DP, com o auxílio das polícias civis de Pernambuco e da Paraíba, além de informações de gabinetes de alguns ministros, conseguiram identificar dez integrantes do grupo criminoso, todos residentes nos dois estados nordestinos.
Na operação deflagrada nesta terça, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão em Recife e um em João Pessoa, nos endereços residenciais dos investigados.
Os policiais ainda tentam identificar o número de vítimas enganadas e de autoridades públicas utilizadas pelo grupo criminoso, como também quantificar o total de lucro obtido com os crimes perpetrados e o destino dado a tais valores.
Os autores estão sendo investigados pelos crimes de fraude eletrônica e associação criminosa.
Por cada fraude cometida, os suspeitos podem pegar de 4 a 8 anos de prisão.
A pena pelo crime de associação criminosa é de 1 a 3 anos de prisão.