“Graves e inaceitáveis”, diz ministro da Justiça sobre ataques em Brasília
Ministro Anderson Torres defendeu sua gestão à frente da pasta e afirmou que tem sido atuante na área que lhe compete
atualizado
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Em entrevista exclusiva à coluna Na Mira, nesta quarta-feira (28/12), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, condenou os ataques ocorridos na capital federal nos últimos dias. A população do DF vivenciou momentos de terror, como a tentativa de invasão à sede da Polícia Federal, com depredação de carros, ônibus e até mesmo delegacia – além da bomba encontrada próximo ao Aeroporto de Brasília. Em ambos os casos, os autores se identificaram como apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), do qual Torres é aliado.
Há dois anos à frente do ministério, o chefe da pasta defendeu a atual gestão e afirmou que tem sido atuante na área que lhe compete. “O ministério, em momento algum, deixou de agir diante dos acontecimentos, que são graves e inaceitáveis. Nenhum tipo de crime é aceitável, sobretudo os que colocam a vida das pessoas em risco, com bombas e danos ao patrimônio”, disse.
Torres também alegou que medidas foram tomadas no âmbito do governo federal.
“A tentativa de invasão à sede da PF é um caso conduzido em parceria com as autoridades locais. O MJSP está atuando em razão dos crimes de interesse da União. O que aconteceu na sequência, porém, é um problema de segurança pública local. Foi instaurado inquérito na Polícia Federal e tenho certeza que, na hora certa, a sociedade receberá uma resposta à altura”, assegurou.
Ataque
Em uma noite de destruição, bolsonaristas tentaram invadir a sede da Polícia Federal, na Asa Norte, área central de Brasília. Na noite de 12 de dezembro, com integrantes vestidos com camiseta da Seleção Brasileira, o grupo danificou e queimou dezenas de carros que estavam estacionados nos arredores do prédio da corporação. Pelo menos cinco veículos foram incendiados.
Alguns participantes do ato antidemocrático justificaram a ação, alegando que agentes da PF “prenderam injustamente um indígena”.
Eles se referem à prisão do Cacique Tserere. Segundo a PF, a detenção do indígena, decretada a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), atende aos “termos da legislação”. Após a prisão, bolsonaristas tentaram invadir a sede da PF para resgatar o companheiro.
Rechaçados pelos policiais, os vândalos danificaram e incendiaram os veículos e depredaram a 5ª Delegacia de Polícia.
A Polícia Militar do DF (PMDF) chegou a intervir e usou spray de pimenta contra os manifestantes. Apesar do cenário de guerra e de todo vandalismo flagrado por militares da corporação, ninguém foi preso.
Veja fotos de como ficou Brasília durante e após os ataques: