Golpista que fingia ser médico seduzia as vítimas: “Cavalgando em mim”
“Don Juan” responderá por estelionato e lavagem de dinheiro. Ele já foi preso acusado de matar o próprio pai
atualizado
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Preso preventivamente pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) nesta terça-feira (23/7), o “Don Juan” Nilbert Meira de Oliveira, de 35 anos, tentava seduzir vítimas para aplicar golpes.
Em uma das mensagens obtidas pela coluna, o estelionatário afirma para uma vítima que gostaria de beijá-la e de vê-la “cavalgando em cima de mim que nem uma louca”.
Ouça:
“Quero fazer amor com você, estou com saudade. Quero beijar a sua boca, morder seus lábios, enfiar minha língua na tua orelha. Você cavalgando em cima de mim que nem uma louca, se tivesse domando um cavalo selvagem. Ah, saudade, bom demais, mulher linda, gostosa”, afirmou o falso médico.
O golpista se passava por médico, empresário e investidor para enganar vítimas e aplicar golpes milionários.
Golpista e assassino
Além de uma longa ficha criminal, que inclui a execução a tiros, em 2014, do próprio pai para obter o dinheiro do seguro de vida, Nilbert é investigado por ter cometido diversos crimes de estelionato. O homicídio contra o pai, o fotógrafo Albertino de Oliveira Marques, ocorreu há 10 anos, em Pernambuco.
Já a investigação que resultou na prisão desta terça, feita por policiais civis da 5ª DP (área central), iniciou-se após uma denúncia anônima. Segundo o denunciante, Nilbert teria se apresentado como o médico Clodomir Junior a uma mulher em um evento, com quem logo teria iniciado um relacionamento amoroso.
O homem costumava se passar por um grande empresário, investidor e pessoa de grande influência, sempre ostentando riqueza em festas, bares e eventos na capital.
Segundo as informações obtidas pelas diligências da PCDF, essa seria a tática utilizada por Nilbert para se aproximar das vítimas e depois convencê-las a investirem grandes quantias e a fazerem empréstimos com a promessa do retorno de valores ainda mais altos.
O golpista, no entanto, usava o dinheiro das vítimas para cometer novos crimes financeiros e assumir novas identidades falsas, sempre mantendo uma vida de ostentação em festas, bares e eventos na capital federal.
Segundo a PCDF, ele usava documentos adulterados para obter vantagem econômica ilícita das vítimas e mudava de casa frequentemente. A investigação revelou que Nilbert se associou com outras pessoas para cometer crimes financeiros e lavar dinheiro. Também foi cumprido um mandado de busca no último endereço do suspeito nesta terça-feira (23/7).
Crimes e ocorrências anteriores
Além de estelionato qualificado e associação criminosa, a investigação atual da PCDF indica a prática de ameaças e violência patrimonial já que ele teria utilizando a relação afetiva para obter vantagens econômicas ilícitas. Os agentes apuram ainda o crime de lavagem de dinheiro pois Nilbert teria ocultado e dissimulado os valores ilegais. A soma das penas máximas de todos crimes mencionados totaliza 21 anos e 6 meses de reclusão.
Em 2022, uma outra pessoa relatou que Nilbert, seu ex-namorado, a perseguiu utilizando identidade falsa. No ano passado, vítimas descreveram que foram convencidas pelo homem a investir dinheiro e fazer empréstimos que nunca tiveram o retorno financeiro prometido.
Naquele ano, uma vítima afirmou que o suspeito a ameaçou pessoalmente e por meio de mensagens após uma transação comercial que não foi bem-sucedida. A mulher mencionou ameaças contra sua família.
Lavagem de dinheiro
Nilbert também é investigado pelos crimes de lavagem de dinheiro, pois teria ocultado e dissimulado os valores ilegais em uma tentativa de fugir das autoridades. Por esse motivo, as investigações também resultaram no bloqueio de R$ 400 mil nas contas dos investigados.
A coluna não localizou a defesa de Nilbert para comentar a prisão e as acusações. O espaço segue aberto.
Caso condenado, a soma das penas máximas de todos crimes associados ao suspeito totaliza 21 anos e 6 meses de reclusão.