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Golpista do Grindr extorquia e ameaçava gays em encontros sexuais no DF

Vítimas do golpista do Grindr relataram pavor e medo após ameaças; há relatos de que suspeito usou uma faca para extorquir usuários do app

atualizado

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1 de 1 golpista grindr - Foto: Reprodução/Internet

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) investiga um suspeito de usar o aplicativo Grindr para atrair homens e lhes extorquir dinheiro com uso de violência e ameaças. Pela plataforma, o suspeito marca encontros na casa das vítimas usando fotos falsas e, quando chega ao local, ameaça quebrar móveis e agredir os homens caso não paguem uma determinada quantia.

Sozinhas em casa, as vítimas tiveram até facas apontadas para elas. Ao fazer a transferência, o número do Pix é um celular de outro estado e o agressor ainda dizia ter comparsas dentro do condomínio. Para acessar a portaria, dava nomes falsos ou alegava ter acesso ao local, por ter uma parente vizinha da vítima. Não só a violência no dia, mas também a sensação de vulnerabilidade aterrorizou os jovens.

Histórias de pessoas diferentes mas com o mesmo roteiro foram relatadas à polícia e ao Metrópoles. O Grindr é um aplicativo de relacionamento voltado ao público LGBTQIA+ e há estigmas dentro da própria comunidade quanto ao uso do app. Os nomes das pessoas ficarão em sigilo nesta reportagem, assim como alguns detalhes para que não ninguém seja identificado, apenas o suspeito. As histórias foram misturadas para que o suspeito não saiba quem, de fato, o denunciou. A apuração está na 11ª Delegacia de Polícia (Núcleo Bandeirante), que confirmou investigar o caso.

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Ele marcava encontro com as pessoas
Em seguida, bloqueava as vítimas pelo aplicativo
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Investigado usava o grindr para atrair vítimass

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Ele marcava encontro com as pessoas

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Em seguida, bloqueava as vítimas pelo aplicativo

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Em tramas vilanescas parecidas, o acusado assumia um outro nome dentro do Grindr. Lá, em conversa rápida, ele insistia para marcar um “date” sempre na casa da vítima. A pessoa então aceitava, mas quando o criminoso chegava ao apartamento, a vítima percebia que o homem também usava fotos falsas.

Ameaças

As vítimas, então, relataram questionar o fato dele ser outra pessoa da que se apresentou antes, pelo aplicativo. Nesse ponto, há uma diferença do desenvolvimento da história: quem negou e quem aceitou o encontro.

Nos casos das recusas, o golpista usa de alguma desculpa, como pedir para entrar para beber água. Dentro da casa, ele começa as ameaças. “Ele inventou que era garoto de programa e que não iria embora enquanto não recebesse pagamento pelo programa, mas em nenhum momento, segundo as vítimas, teria sido abordado o assunto a respeito de um encontro com um acompanhante, pois tratava-se de um encontro consensual, sem pagamento de qualquer valor”, afirmou uma das vítimas.

“Ele segurou minha televisão e fez que ia jogar. Se eu não pagasse, ele dizia que ia quebrar ela. Meu computador também. Fiquei desesperado”, contou outra vítima.

O pânico durava no ambiente. O homem ameaçou bater e empunhou facas. As vítimas negociaram um valor e acabaram fazendo o Pix. Os dados bancários eram de um outro nome e com número de fora do Distrito Federal. A principal suspeita é de que seja um comparsa do principal suspeito.

“Até na rua eu tenho medo”

Após sair de dentro do lar da vítima, o acusado deixava marcas. Vítimas se sentiram vulneráveis e inseguras. “Até na rua eu tenho medo”, contou uma das pessoas extorquidas.

Uma das vítimas fez uma conta falsa para tentar acompanhar os passos do acusado, depois de ser bloqueada por ele. “Eu consegui ver que ele estava a dois quilômetros da minha casa e isso por alguns dias”, relatou.

As vítimas registraram queixas na PCDF e aguardam a solução do caso por parte dos investigadores. O Metrópoles procurou a Polícia Civil do Distrito Federal para saber o andamento das investigações, mas a única resposta que obteve é que o caso está em apuração.

O Metrópoles também procurou os representantes do Grindr  no Brasil e no exterior, e questionou sobre a política do aplicativo nesses casos e como os usuários são protegidos. Porém, até a última atualização deste texto não houve resposta.

No site, o Grindr informa que o compromisso da empresa é “criar um espaço seguro e totalmente verdadeiro, sem golpistas, contas falsas nem conteúdos indesejados”. Em seguida, a plataforma lista diversos golpes que já ocorreram por meio do aplicativo.

No relatório, são eles: o golpe do namoro virtual, do sugar daddy, da chantagem (também conhecida como sextorsão), de investimentos, do pagamento antes do encontro, do cadastro em app, do código de verificação, do link para terceiros, do golpe do suporte do Grindr. Veja neste link as orientações de como agir em caso de cada um deles.

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