Golpe do sofá: estelionatário com 26 ocorrências é preso pela PCDF
Acusado de aplicar golpe do sofá, Jeorge Michael Batista de Oliveira, 31 anos, foi alvo de mandado de prisão preventiva
atualizado
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A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) prendeu Jeorge Michael Batista de Oliveira, 31 anos, acusado de quase 30 crimes de estelionato que ficaram famosos como o “golpe do sofá“. A prisão foi efetuada pela 5ª Delegacia de Polícia (Área Central), nesta quinta-feira (23/5).
Alvo de mandado de prisão preventiva expedido pela 1ª Vara Criminal de Brasília, o golpista “do sofá” foi preso após intensa investigação em busca do criminoso. Segundo a PCDF, 26 ocorrências foram registradas contra Jeorge, acusado de diversos crimes de estelionato, cometidos de junho de 2023 a abril de 2024, em diversas regiões administrativas do DF.
O estelionatário usava o mesmo modus operandi: com uma suposta empresa de reforma e venda de móveis planejados, induzia as vítimas a pagarem o valor pactuado e, sem entregar as mercadorias adquiridas ou reformadas no prazo ajustado, se apropriava dos valores pagos, deixando as vítimas no prejuízo.
Jeorge Michael se apresentava como proprietário da empresa JM Móveis, em Santa Maria, supostamente especializada na reforma de estofados. A loja coleciona processos na Justiça Cível por descumprir acordos comerciais, além de contabilizar dezenas de ocorrências registradas por clientes que foram lesados. Boa parte das vítimas são servidores públicos.
O golpe
Ao publicar fotos de belos móveis reformados no perfil da empresa e prometer um trabalho de excelência e rapidez, o golpista convence muitas pessoas que, dias depois, caem no golpe do sofá.
O estelionatário, segundo uma servidora pública que amargou R$ 2 mil de prejuízo, costuma pedir o adiantamento de metade do serviço no ato do contrato.
Veja imagens da empresa e do estelionatário que aplica o golpe do sofá:
Mais prejuízo
Umas das vítimas ouvidas pela coluna Na Mira, uma servidora pública de 33 anos, contou que viu o anúncio do estelionatário no Instagram e o procurou pelo direct. Ela queria reformar o sofá e negociou todo o serviço com o suposto empresário.
“Paguei R$ 980 de entrada, que era a metade do valor total. No fim das contas, fiquei com um sofá estragado, que eu precisei resgatar na empresa. Ainda tive que desembolsar mais R$ 2 mil para consertar tudo o que foi feito”, contou. De acordo com ela, o golpista age na companhia de outros dois homens.
Em outro caso, a vítima foi um servidor do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), em fevereiro deste ano. O padrão dos golpes sempre se repete. As pessoas são atraídas pelas postagens no Instagram.
“Combinei de ele ir à minha casa pegar o sofá e concluir o orçamento. Ele levou os modelos de espuma e o mostruário de tecidos. Escolhemos os tecidos, a espuma e incluímos uma mola e a impermeabilização. Ficou acertado o pagamento de duas parcelas de R$ 975, uma entrada via Pix e o restante quando ele entregasse. Ele falou que entregaria em 20 dias, no máximo 30, o que nunca ocorreu”, disse.
A coluna apurou que o suposto estofador já havia sido preso, em Alexânia, no Entorno do DF, por uso de documento falso, ainda em 2020. Ele ganhou liberdade provisória. A reportagem entrou em contato com Jeorge na época das denúncias para falar sobre o caso.
Segundo ele, a empresa passou por dificuldades financeiras. “Infelizmente, tivemos alguns problemas com os fornecedores da nossa empresa. Porém, não queremos causar danos nem prejuízos a nenhum cliente, e nos colocamos à disposição para resolver a situação de cada um”, disse, na ocasião.