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Ginecologista preso por abusar de pacientes já foi condenado pelo mesmo crime

Ginecologista foi condenado por masturbar uma paciente, em 2012. Porém, a pena de 3 anos acabou substituída por restrição de direitos

atualizado

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homem sorrindo
1 de 1 homem sorrindo - Foto: Reprodução

Preso por abusar sexualmente de pacientes, o ginecologista Celso Satoru Kurike carrega em seu histórico uma condenação pelo mesmo crime. No entanto, à época, a Justiça apenas substituiu a pena privativa de liberdade por restritiva de direitos.

A investida sexual do médico que acabou na esfera judicial teria acontecido em 2012, período no qual uma paciente procurou por auxílio clínico. Na consulta, conformo cita o processo, Celso teria feito perguntas sobre a vida sexual da mulher.

Em seguida, colocou gel sobre as luvas e passou a massagear a vagina da vítima sob o pretexto de ensiná-la a se masturbar. A 2ª Vara Criminal de Taguatinga acatou a denúncia e, em março de 2015, condenou o médico a 3 anos de reclusão. Contudo, e pena acabou substituída pelas seguintes restrições:

  • Prestação de serviços à comunidade em instituição a ser indicada pela VEP, na proporção de 1 hora de serviço para cada dia de condenação
  • Prestação pecuniária consistente no pagamento em dinheiro à vítima da importância de 10 salários mínimos

Nova investigação contra o ginecologista

A nova investigação, dessa vez, realizada pela 12ª Delegacia de Polícia, mostrou que o ginecologista “fazia as vítimas crerem que estavam sendo submetidas a um procedimento adequado, correto e necessário. E que os toques que ele realizava faziam parte do protocolo de atendimento, quando, na verdade, era uma fraude para conseguir praticar o ato libidinoso com as vítimas”.

O caso foi denunciado pelo Metrópoles e, após a reportagem, outras 12 mulheres relataram abusos do homem. Viaturas terrestres e até um helicóptero foram usados na operação para prender o médico. O mandado de prisão preventiva foi expedido pela 2ª Vara Criminal, em virtude da prática, em tese, dos crimes de violação sexual mediante fraude contra diversas vítimas.

 

O caso

O profissional, alvo de inquérito policial, foi indiciado por violação sexual mediante fraude após ser acusado por duas mulheres. Elas fizeram a denúncia e relataram terem sido masturbadas pelo médico quando estavam deitadas em uma maca.

Foi montada uma megaoperação para prender o médico

Uma das vítimas disse ter procurado o hospital para agendar uma consulta ginecológica e teve horário marcado com o médico Celso Satoru Kurike. Quando entrou no consultório e colocou um jaleco, a paciente informou sentir dores na cicatriz provocada pela cesariana, além de cólicas e forte fluxo menstrual.

O médico pediu, então, que a paciente respondesse a algumas perguntas desconcertantes, o que lhe causou estranheza. Ele queria saber, por exemplo, quantos parceiros sexuais a vítima havia tido ao longo da vida, se costumava sentir dores durante a relação sexual e se tinha dificuldades de chegar ao orgasmo.

Logo após tais questionamentos, o ginecologista pediu que a mulher tirasse a roupa e vestisse um avental.

Toque no clitóris

Ainda de acordo com o depoimento da vítima à PCDF, após fazer o exame nas mamas e a coleta do exame preventivo, tudo corria dentro de uma aparente normalidade, até o médico tocar em seu clitóris e iniciar movimentos circulares. Em seguida, Celso Satoru teria dito que aquele ponto “é o local onde as mulheres sentem prazer”.

Em choque, a vítima não esboçou reação. Na sequência, o médico disse que a ajudaria a parar de sentir dores e passou a espetar agulhas pelo corpo da mulher que eram semelhantes às de acupuntura. Assustada, a paciente se levantou, foi ao banheiro, trocou de roupa e foi embora.

Quando a mulher se preparava para deixar o consultório, o médico ainda disse que, caso ela tivesse “dificuldades para chegar ao orgasmo, ele ajudaria”. O advogado de defesa de uma das vítimas afirmou que a semelhança nos depoimentos serve como prova cabal dos crimes cometidos pelo profissional de saúde.

“Nos crimes contra a dignidade sexual, a palavra da vítima tem especial relevância, visto que, na maioria das vezes, os fatos criminosos são praticados sem a presença de testemunhas. Por isso, é importante que as pessoas não tenham medo de procurar as autoridades em situações como essa”, afirmou Bruno Félix, advogado da vítima.

CRM suspenso

Diante das denúncias, o Conselho Regional de Medicina no DF (CRM-DF) informou que o médico teve sua conduta apurada por meio de processo ético profissional.

“A apuração resultou na aplicação de penalidade de suspensão de 30 dias (conforme previsto no artigo 22, alínea “D”, da Lei n° 3268/57), por infração aos artigos 38 e 40 do Código de Ética Médica, em fevereiro do ano passado. Demais informações correm em sigilo processual”, destacou o CRM.

Como a penalidade administrativa foi aplicada no ano passado, Celso já voltou a trabalhar normalmente.

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