Fuga de integrantes do CV em Mossoró foi às 3h30 e captada por câmeras
A gravação, no entanto, é mantida a sete chaves pelos investigadores. É a primeira vez que o Sistema Penitenciário Federal registra uma fuga
atualizado
Compartilhar notícia
Informações de autoridades ligadas às investigações sobre a fuga histórica de Deibson Cabral Nascimento, o “Deisinho”, e Rogério da Silva Mendonça, conhecido como “tatu”, da Penitenciária Federal de Mossoró, afirmam que parte da empreitada dos criminosos foi captada por câmeras de segurança do complexo.
A gravação, no entanto, é mantida a sete chaves pelos investigadores. É a primeira vez que o Sistema Penitenciário Federal (SPF) registra fuga.
Os equipamentos teriam registrado o momento em que a dupla, por volta das 3h30 de quarta-feira (14/2), passa por uma área de obra e atravessa um alambrado. Eles vestiam o uniforme do complexo, de cor azul.
Os policiais penais teriam notado a ausência dos internos apenas por volta das 5h30, no momento da contagem dos presos, que antecede o café da manhã.
Como foi a a fuga
- Segundo informações preliminares, a fuga foi registrada por volta das 3h30 de quarta-feira (14/2);
- Os criminosos teriam saído pelo teto da cela, por meio de um buraco na parte da placa metálica. Eles também teriam arrancado a fiação responsável pela iluminação das celas;
- A dupla seguiu pelo pátio carregando objetos cortantes usados para fazer uma abertura no alambrado e fugiu;
- Policiais analisaram imagens de câmeras de segurança que captaram parte da empreitada criminosa;
- A polícia apura a possível participação de funcionários envolvidos em uma obra no presídio;
- Na manhã desta quinta-feira (15/2), moradores do Rancho da Caça, povoado localizado na mesma região da Penitenciária Federal de Mossoró, informou à polícia que teve a casa furtada por criminosos. Os suspeitos escaparam carregando roupas e comida.
Busca com drones
Conforme a coluna noticiou, a Polícia Federal (PF) enviou a Mossoró (RN), na manhã desta quinta-feira (15/2), diversos drones que serão empregados nas buscas. Os dois criminosos são integrantes da facção carioca Comando Vermelho (CV).
Os equipamentos, que têm tecnologia avançada e contam com câmera de infravermelho, seguiram em helicóptero da PF.
Por determinação do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, foi criada uma força-tarefa com homens da PF e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para participar das buscas. As forças policiais do Rio Grande do Norte também estão mobilizadas.
A PF ainda abriu inquérito para apurar o caso. Ao todo, mais de 100 homens participam das operações.
“Matadores”
Deibson Nascimento e Rogério Mendonça são “matadores” da facção carioca. Eles seriam os responsáveis por executar rivais e faccionados que descumprem normas internas da organização criminosa e integrariam o “tribunal do crime”.
Os dois criminosos são naturais do Acre e foram transferidos para a Penitenciária Federal de Mossoró em setembro do ano passado, após se envolverem em uma sangrenta rebelião no Presídio Antônio Amaro Alves, em Rio Branco (AC).
No conflito, cinco internos foram mortos, três deles decapitados. A Polícia Civil do estado acredita que a dupla teve ligação direta com as mortes, uma vez que os presos executados pertenciam a um grupo rival do CV, o Bonde dos 13.
Condenado a 81 anos de prisão, Deibson Cabral Nascimento acabou detido em agosto de 2015. Não é a primeira vez que ele foi transferido para uma penitenciária federal: o foragido já passou pelo presídio federal de Catanduvas (PR). Ele tem condenações por assaltos, furtos, roubos homicídio e latrocínio. Rogério também tem vasta ficha criminal, e foi condenado a 74 anos de prisão.