Fuga alucinante em Mossoró revolta crime organizado. Entenda
Fontes confirmam que forte aparato policial mobilizado na região de Baraúna (RN), próximo à divisa com o Ceará, tem incomodado quadrilhas
atualizado
Compartilhar notícia
Autoridades que acompanham as buscas pelos fugitivos Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça da Penitenciária Federal de Mossoró (RN) revelaram para a coluna Na Mira que criminosos do estado e do Ceará não têm prestado apoio à dupla. As fontes confirmam que o forte aparato policial mobilizado na região de Baraúna (RN), próximo à divisa com a unidade da Federação vizinha, tem incomodado quadrilhas que atuam nas redondezas.
Além disso, como a coluna Na Mira divulgou com exclusividade, a dupla foi expulsa do Comando Vermelho (CV) e está jurada de morte. Deibson e Rogério pertenciam à facção criminosa até tentarem fugir do Presídio Antônio Amaro Alves (AC), em julho de 2023.
A decretação das mortes partiu da liderança do CV no estado, justificada por suposta traição da dupla, que pretendia fundar uma organização criminosa própria.
Ainda segundo as fontes ouvidas pela coluna Na Mira, “como ex-integrante do Comando Vermelho, a dupla não teria apoio de outras organizações criminosas, como o Primeiro Comando da Capital (PCC), facção originariamente paulista, ou o Sindicato do Crime, criada no Rio Grande do Norte, pois esse tipo de traição não é aceita em qualquer tipo [de grupo criminoso]”.
Informações levantadas pela investigação revelaram, ainda, que a dupla foi jurada de morte por ordem dos presos Railan Silva dos Santos e Selmir da Silva Almeida Melo, atualmente custodiados na Penitenciária Federal de Mossoró.
Os dois detentos são apontados pelas autoridades do Acre como as principais lideranças do CV no estado. “Nesse tipo de situação, para uma traição como a imputada a Rogério e Deibson, a punição definida é a morte”, relatou a fonte ouvida pela reportagem.
Rebelião
Em julho de 2023, uma rebelião que durou mais de 24 horas terminou com cinco detentos mortos no presídio de segurança máxima Antônio Amaro Alves, na capital Rio Branco (AC). Três dos detentos assassinados ainda foram decapitados.
A rebelião começou depois de presos do CV invadirem a ala de rivais das facções B13 e PCC. Deibson e Rogério estariam ligados a essa rebelião e foram transferidos para o presídio federal de Mossoró após o massacre.
Na ocasião, eles também teriam tentado executar Railan e Selmir para fundar a nova facção. O plano acabou frustrado, e a dupla em fuga foi expulsa do CV e jurada de morte.