Fraude de R$ 10 milhões em auxílio bancou jet-ski e carros de luxo
As prisões ocorreram no âmbito das operações Vida Fácil I e Vida Fácil II da Polícia Federal
atualizado
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A quadrilha presa pela Polícia Federal nessa quarta-feira (24/11) mantinha vida de luxo em diversas capitais do Brasil. O grupo é acusado de fraudar ao menos R$ 10 milhões em pagamentos do auxílio emergencial do governo federal. O dinheiro do golpe foi usado para comprar armas, imóveis, jet-ski e carros de luxo.
As prisões ocorreram no âmbito das operações Vida Fácil I e Vida Fácil II. A ação mobilizou 210 policiais federais, que cumpriram 17 mandados de prisão preventiva e 54 de busca e apreensão nas cidades de Araçatuba, Bauru, Marília, Birigui, São José do Rio Preto, em São Paulo; Anápolis (GO); e Maringá (PR). Os mandados foram expedidos pela 2ª Vara da Justiça Federal de Araçatuba (SP).
Nas casas dos investigados, a polícia encontrou dinheiro, armas, munição e cartões. Em uma das residências, os agentes também localizaram uma sala com equipamentos de informática, cadeiras gamer e um quadriciclo.
Confira:
Cruzamento de dados
A Polícia Federal iniciou as investigações em Araçatuba, no começo deste ano, após receber alerta da Unidade de Repressão às Fraudes ao Auxílio Emergencial da PF, em Brasília. Cruzamento de dados apontou diferentes suspeitos em diversos auxílios emergenciais fraudados.
A unidade de repressão na capital federal atua com informações provenientes de um banco de dados que reúne elementos estratégicos utilizados em ação conjunta entre Polícia Federal, Ministério Público Federal, Ministério da Cidadania, Caixa Econômica Federal, Controladoria-Geral da União, Tribunal de Contas da União (TCU) e Receita Federal, com o objetivo de desarticular grupos ou organizações criminosas que atuam nesse tipo de crime em várias unidades da Federação.
Vida de luxo
As investigações confirmaram que duas organizações criminosas especializadas na prática de furto, mediante fraude, do benefício assistencial, com base na cidade de Birigui (SP), agiam não só na região de Araçatuba, mas também em outros estados.
Segundo a PF, os líderes dos grupos criminosos ostentavam alto padrão de vida, adquirindo veículos de luxo e imóveis. A pedido da corporação, a Justiça Federal decretou, além das buscas e prisões, o bloqueio de bens e valores dos investigados objetivando garantir a restituição aos cofres públicos das quantias desviadas.
Os presos serão indiciados pelos crimes de furto mediante fraude praticado por meio de dispositivo eletrônico ou informático, e associação criminosa. Caso sejam condenados, eles estarão sujeitos à pena máxima de até a 16 anos de reclusão.
Os nomes Vida Fácil I e Vida Facil II fazem alusão ao comportamento dos investigados, que, sem apresentarem vínculos de trabalho lícito e por meio de fraudes e desvios de benefícios assistenciais, objetivavam desfrutar de uma Vida Fácil, com aquisição de bens de alto valor agregado.