Foragido: analista do MPDFT alvo de operação é procurado pela polícia
Em nova ação na manhã desta 3ª, policiais civis tentaram cumprir mandado de prisão preventiva contra servidor público, mas não o encontraram
atualizado
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O analista do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) Suedney dos Santos, suspeito de receber R$ 140 mil de organização criminosa, é considerado foragido pelas autoridades. Na manhã desta terça-feira (26/12), uma equipe da 18ª Delegacia de Polícia (Brazlândia) tentou cumprir mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça do DF contra o servidor público, mas não o encontrou.
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As informações sobre o suposto recebimento dos valores por Suedney dos Santos foram obtidas investigadores, no âmbito da Operação Old West, desencadeada por equipes da 18ª DP na última quarta-feira (20/12).
Além de Suedney, a polícia procurava Soraya Gomes da Cunha, esposa de Ronaldo de Oliveira, suspeito de liderar a organização criminosa e preso na quarta-feira (20/12).
Também com a prisão preventiva decretada pela Justiça, ela era monitorada por tornozeleira eletrônica desde que havia sido presa no âmbito da Operação Old West, mas tinha retirado o equipamento e não havia sido encontrada. No entanto, a polícia a localizou na tarde desta terça-feira (26/12).
Quem tiver informações sobre o paradeiro de Suedney deve entrar em contato com a PCDF, pelo telefone 197. Não é necessário se identificar.
Recibos em laje
Durante buscas, policiais encontraram inúmeros documentos escondidos na casa do principal alvo da operação, o empresário Ronaldo de Oliveira, investigado por usar “laranjas” para lavar R$ 31 milhões. Os itens estavam em pastas e malas no chão da laje, em local de difícil acesso e próximos a uma caixa d’água.
Os investigadores acharam diversos recibos de pagamentos para o analista do MPDFT, feitos entre 2017 e 2019. Somados, os depósitos totalizavam R$ 140 mil. Os comprovantes estavam em uma pasta que tinha o nome de Suedney dos Santos seguido da expressão “advogado”.
Os valores foram creditados nas contas da esposa e da mãe do servidor público, segundo as investigações. Além disso, os policiais identificaram o pagamento de uma fatura de cartão de crédito em nome do analista.
As equipes recolheram, ainda, documentos que demonstravam a continuidade das atividades de consultoria prestada por Suedney para a organização criminosa alvo da Operação Trickster – mesmo depois de deflagrada a força-tarefa, em março de 2018 –, por meio da atuação de jovens advogados.
O servidor público ficava responsável por produzir minutas e, depois, pedia que os advogados assinassem as peças. Na noite desse domingo (24/12), a juíza de plantão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) Monike de Araujo Cardoso Machado decretou a prisão dele e de mais quatro integrantes da organização criminosa.
Liderado por Ronaldo Oliveira, o grupo fazia parte de um esquema criminoso que desviou R$ 1 bilhão por meio de fraudes no sistema de bilhetagem eletrônica do extinto Transporte Urbano do Distrito Federal (DFTrans).
Contrato suspenso
Na manhã desta terça-feira (26/12), a Polícia Civil do Distrito Federal cumpriu mandados de prisão preventiva contra uma mulher que havia sido detida temporariamente, mas estava em regime domiciliar, em Brazlândia, com uso de tornozeleira eletrônica.
A sócia-proprietária da empresa Isabelly Transportes e Comércio de Alimentos Ltda, recém-contratada pela Prefeitura de Gurupi (TO) para prestação do serviço de transporte público coletivo está entre os presos da Operação Old West.
Com a repercussão do caso, a prefeitura da cidade suspendeu a ordem de serviço da empresa, na última quinta-feira (21/12).
O extrato do contrato consta no Diário Oficial de Gurupi de 15 de dezembro, no valor de R$ 2,16 milhões e com vigência de 10 anos, a partir da data da ordem de serviço.