Filho planejou morte do pai com a intenção de “não deixá-lo escapar”
A coluna apurou detalhes do plano do assassino, preso em flagrante logo após esfaquear o pai até a morte na Asa Norte. PCDF investiga o caso
atualizado
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O crime bárbaro registrado na tarde desse domingo (20/2) no Bloco K da 408 Norte foi premeditado por Breno Augusto Santos, 29 anos. O assassino confessou que foi à casa do pai, Cláudio Moreira dos Santos, 66, para matá-lo. A coluna apurou detalhes do plano do homem, preso em flagrante logo após esfaquear a vítima até a morte. Ele ainda estava com as mãos sujas de sangue no momento da detenção.
Breno saiu do apartamento onde mora com a mãe, na 309 Norte, por volta das 12h e seguiu direto para a casa do pai, na 408 Norte. Ele armou-se com um canivete, “pois não pretendia deixá-lo escapar”.
Ao chegar à casa de Cláudio, o rapaz chegou a ir ao seu quarto, brincou com os gatos e se dirigiu à varanda, onde o pai estava. Ele mostrou o canivete para a vítima e a golpeou na barriga diversas vezes. Bastante ferido, o idoso sentou em uma cadeira. Breno ainda ameaçou o pai: “Se você viver, vai ter de se entregar por tudo que você me fez”. O autor também desferiu tapas no rosto de Cláudio.
Vizinhos viram a cena e passaram a questionar o que estava acontecendo, momento em que Breno afirmou que o pai era “estuprador de crianças”. O jovem jogou o canivete usado no crime na área verde do prédio e, em seguida, saltou da varanda para o jardim do condomínio.
Ele permaneceu sentado no local aguardando a chegada da polícia. Quando a equipe da PMDF chegou, Breno confessou o ataque. Ele foi conduzido ao hospital para tratar de ferimentos que tinha nas mãos e, após o procedimento médico, seguiu detido para a 5ª Delegacia de Polícia (área central).
Aos investigadores Breno afirmou que havia sido violentado sexualmente pelo pai, por mais de uma vez, sendo este o motivo do crime. A vítima foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros ao Hospital de Base, mas não resistiu.
“Para, para”
Uma vizinha de Cláudio Santos estava em casa quando ouviu gritos. Outra testemunha acrescentou que chegou a ouvir berros vindos do prédio em frente, falando: “Para, para, para”. Diante da confusão, a mulher foi até a varanda e viu a vítima em uma cadeira, com a cabeça caída, respiração ofegante e o corpo todo ensanguentado.
Ela lembra que correu para a casa do vizinho, levantou a camisa dele e viu várias perfurações no abdômen, tórax, na cabeça e no braço. Emocionada, a testemunha acrescentou que Cláudio tentou pronunciar uma palavra, mas não tinha forças.
Com auxílio de outro morador, a mulher tentou estancar os sangramentos. Eles colocaram o ferido no chão e permaneceram no imóvel até a chegada do Corpo de Bombeiros.
Quando uma das testemunhas perguntou quem tinha feito aquilo, um jovem que estava sentado no meio-fio, em frente ao prédio, levantou e se identificou como o responsável pelo assassinato. Ele informou que a vítima era pai dele.