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Fiéis fazem abaixo-assinado para que padre volte a praticar exorcismos

O movimento de apoio defende que o trabalho desenvolvido pelo sacerdote é importante para a comunidade

atualizado

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padre exorcista
1 de 1 padre exorcista - Foto: CNBB/Reprodução

Após a Arquidiocese de Brasília proibir a atuação ministerial do padre Vanilson da Silva, considerado o único exorcista do Distrito Federal, fiéis criaram, nesta terça-feira (15/2), um abaixo-assinado para que o sacerdote volte a realizar missas e sessões de exorcismo na capital federal. A proibição está em vigor desde a última quinta-feira (10/2).

Único padre exorcista do DF é proibido de atuar pela Arquidiocese

O movimento de apoio defende que o trabalho desenvolvido pelo sacerdote é importante para a comunidade. Por volta das 18h desta terça, 191 pessoas já tinham assinado a petição on-line. A arquidiocese ainda não explicou o motivo da suspensão imposta ao padre.

Em mensagem enviada aos fiéis, e que circula nas redes sociais, o religioso faz um desabafo sobre a sentença da cúria e afirma não saber o motivo. “Os senhores bispos se reuniram com o meu superior provincial e exigiram a minha retirada imediatamente. Me senti violentamente desrespeitado porque todas as reuniões foram feitas sem a minha presença. Nunca fui ouvido”, disse no texto.

O padre também falou sobre a relação que mantém com o arcebispo de Brasília, dom Paulo Cezar Costa. “Fui até ele, falei do ministério de exorcista e da missão com a comunidade. Ele me recebeu muito bem e deixou marcada visita na associação para nos conhecer. Nunca foi. No dia 23 de setembro, marquei outra conversa. Horas antes, ele desmarcou”, desabafou.

“Sei que vivemos fins dos tempos, e muita coisa ainda vai acontecer. Diante dessa realidade, eu entendo por que os padres se suicidam. Tudo passa. Até os grandes impérios passaram. Eu mexi diretamente com o inferno, ele se levantou contra mim. E ainda veremos coisas horrorosas acometendo”, completou.

Missas suspensas

Por meio de seu perfil no Instagram, Vanilson da Silva informou que as missas na Associação Padre Júlio Negrizollo, em São Sebastião, estão suspensas. Apesar de ser questionado pelos seguidores, o padre não explicou o motivo. Apenas pediu para que a comunidade aguardasse novos comunicados e continuasse rezando pela missão. Confira:

Histórico

Padre Vanilson da Silva é paraense da Ilha do Marajó, onde iniciou seus estudos. Logo em seguida, foi para Belém (PA), depois, Goiânia (GO).

Tornou-se missionário e acabou na capital federal por um pedido de sua congregação. Ele passou a atuar em Brasília ao lado de seu amigo e também exorcista oficial, padre Júlio Negrizollo, que faleceu em 2009, mas deixou uma instituição que leva o seu nome. Vanilson foi ordenado exorcista da diocese de Brasília em 2012.

Segundo o Catecismo da Igreja Católica, o exorcismo é um ritual que “protege e afugenta o demônio de uma pessoa ou objeto”.

O outro lado

O Metrópoles entrou em contato com a Arquidiocese de Brasília para saber os motivos que levaram o padre a ser afastado das atividades, mas, até a publicação desta reportagem, não havia obtido resposta. O religioso também foi procurado, mas não comentou o afastamento. O espaço segue aberto.

Leia a mensagem de Padre Vanilson na íntegra:

“Venho lhes comunicar que a partir do dia 10 de fevereiro eu não tenho mais permissão de exercer meu ministério na Arquidiocese de Brasília. Os senhores bispos se reuniram com o meu superior provincial e exigiram minha retirada imediatamente. Me senti violentamente desrespeitado, porque todas as reuniões foram feitas sem a minha presença. Eu, como objeto das reuniões, nunca fui ouvido. Quando Dom Paulo chegou, fui até ele e falei do ministério de exorcista e da missão com a comunidade. Ele me recebeu muito bem e deixou marcada sua visita na associação para nos conhecer. Nunca foi. No dia 23 de setembro, marquei conversa com ele, horas antes desmarcou. Protocolei na cúria um ofício solicitando nos receber. Nunca obtive retorno. Agora eu recebo a sentença.

Como tem muita coisa pra encaminhar, ainda permaneço em Brasília, mas sem exercer o ministério. Tem a comunidade e a associação padre Júlio Negrizzolo, que não posso deixar sem antes encaminhar essa situação. Tenho, na comunidade, pessoas que vieram do norte do Brasil, deixaram tudo porque acreditaram num sonho. Vamos ver se eles aceitam a continuidade da comunidade. Tem muita responsabilidade implicada em tudo isso. Enquanto isso estou aqui. Contudo, sei que estou vivendo as pegadas do Mestre. Sou ministro da Igreja, mas minha fé é em Jesus Cristo. Também sei que vivemos os fins dos tempos, e muita coisa ainda vai acontecer.

Diante dessa realidade, eu entendo porque os padres se suicidam. Tudo passa. Até os grandes impérios passaram. Eu mexi diretamente com o inferno, ele se levantou contra mim. E ainda veremos coisas horrorosas acometendo. Estejamos preparados a cada dia. O ladrão pode estar as portas. Deus tem um propósito em tudo! Perdão se faltei com algum dos senhores. E me perdoem se em algum momento não fui sinal de Deus.”

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