Brigas e ameaça: veja ficha de bolsonarista que agrediu petistas no DF
A agressão do bolsonarista contra os petistas, na Asa Norte, não é o primeiro caso de violência no qual Rennan de Moraes está envolvido
atualizado
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O bolsonarista filmado agredindo idosos durante um bandeiraço a favor do candidato à Presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é Rennan de Moraes Rodrigues, de 33 anos. A confusão teria se iniciado após o agressor passar de carro, três vezes, buzinando, xingando e dando dedo aos apoiadores do ex-presidente, na 210 norte, na noite dessa quarta-feira (26/10).
Os envolvidos foram encaminhados à 5ª DP (Área Central) e o caso é investigado pela Polícia Civil do DF (PCDF) como injúria e ameaça, decorrente de violência político-partidária.
Entretanto, conforme apurado pelo Metrópoles, o episódio envolvendo agressão contra idosos não é o primeiro caso de violência no qual o morador da Asa Norte se envolve. Em fevereiro de 2021, uma mulher pediu medidas protetivas, no âmbito da Lei Maria da Penha, contra o bolsonarista.
Saiba quem é Rennan de Moraes:
Rennan tem passagens na polícia por incomodar os vizinhos dele com gritos e som alto nas madrugadas. Em denúncia de julho deste ano, uma das moradoras do condomínio afirmou que ele desrespeitava diariamente outros moradores com gritarias, xingamentos, brigas, som alto, socos nas paredes, no teto e no chão do apartamento.
Além disso, em março, o homem se envolveu em outra confusão, com injúria e ameaça, em uma loja de conveniência. Rennan teria tentado sair do local sem pagar pelas mercadorias. Na ocorrência policial, um dos funcionários alegou já ter presenciado outras confusões protagonizadas pelo homem e, na ocasião, disse ter sido xingado de “lampião, coroa safado, vagabundo e merda”.
Segundo o relato, o cliente ainda teria lhe ameaçado, dizendo que iria sair com as mercadorias de qualquer maneira e “lhe encheria de porrada” se o funcionário se aproximasse dele.
O bolsonarista é natural do Rio de Janeiro (RJ), formado em filosofia pela Universidade de Brasília (UnB). Em 2018, ele foi aprovado em concurso público da Secretaria de Educação para assumir vaga temporária de professor na rede pública de ensino do DF, conforme consta em publicação do Diário Oficial do DF (DODF).
Já em agosto deste ano, ele foi selecionado para formação de cadastro reserva de professores bolsistas em um programa da Educação do DF. No currículo dele, o homem declara ser professor substituto da rede pública desde 2015.
O Metrópoles entrou em contato com a secretaria para confirmar se ele ainda faz parte do quadro de docentes da rede pública, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.
Vídeo
No vídeo, gravado no local, Rennan, que está de blusa verde e calça preta, aparece discutindo com aproximadamente 30 apoiadores de Lula próximo ao meio-fio.
Veja o flagrante:
Enquanto isso, o grupo grita para que alguém chame a polícia. “Vai embora, seu escr*to, nojento. Chama a polícia”, diz uma mulher com o megafone.
Na sequência, o apoiador de Bolsonaro, enfurecido, arranca do chão uma faixa escrita “Liberdade é Lula” e tenta jogá-la, também, no meio da rua. Contudo, o grupo se mobiliza e uma das idosas puxa das mãos dele o pano.
Em depoimento à polícia, uma das testemunhas relatou que, em determinado momento, o bolsonarista também teria gritado “ladrão” e cuspido no rosto de um dos manifestantes.
De acordo com o também professor Filipe Lima, 34 anos, o homem teria agredido verbalmente idosas e simpatizantes. “Ele gritava ‘Lula é o caralho. Lula na cadeia. Comunismo é meu pau, vocês vão perder domingo’ e puxando as faixas”, relembra.
Ainda, de acordo, com o integrante do grupo petista, o homem passou a injuriá-lo com os seguintes termos “seu filho da puta, desgraçado” e a ameaçá-lo “vou te bater! Vem aqui pra porrada”.
O integrante do grupo detalha que o homem só parou de atacá-los quando a Polícia Militar do DF (PMDF) chegou ao local e o conduziu à delegacia. “Fizemos de tudo para que ele fosse embora. Nada parava o ódio que ele estava sentindo. Inúmeras vezes falávamos para não ter agressão”, relembra.
Depoimento do bolsonarista
Segundo a polícia, Rennan teria contado que estava passando pela via quando alguns manifestantes bateram com uma bandeira em seu carro. Em decorrência disso, estacionou o veículo e retornou ao local para questionar o motivo de terem batido com a bandeira no veículo dele.
O homem relatou que os lulistas o chamaram de “homofóbico, genocida, pedófilo e fascista” e retrucou, dizendo que o Lula era ladrão. Além disso, Rennan afirma ter cuspido em uma pessoa, após terem feito o mesmo com ele.
Por fim, o bolsonarista alega ter levado um soco rosto, desferido por um manifestante, e abaixado sua calça no local. Após o registro da ocorrência, Rennan retornou à delegacia para informar que o veículo dele estava cheio de adesivos de Lula.