Fezes e vômito: sujeira após festa clandestina revolta feirantes no DF
Cerca de 15 mil pessoas teriam se reunido no encontro automobilístico no Shopping Popular. Feirantes denunciam vandalismo no local
atualizado
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Um evento automobilístico surpresa no estacionamento do Shopping Popular de Brasília, localizado no Parque Ferroviário, na madrugada desta quinta-feira (23/6), causou indignação entre feirantes que foram trabalhar no dia seguinte.
No local, além de muito lixo espalhado pelo chão, havia urina, fezes e vômito nos boxes da feira. Segundo os órgãos competentes, a festa não tinha autorização, informação confirmada pela Administração Regional do Setor de Indústria e Abastecimento (SIA).
De acordo com os comerciantes, o evento foi divulgado pelas redes sociais poucas horas antes do início, previsto para meia-noite. A estimativa da organização é de que cerca de 15 mil pessoas tenham se reunido no espaço.
Em imagens divulgadas na internet, é possível ver a multidão que esteve presente. O evento contou ainda com a presença do youtuber Klebim, preso por suposto envolvimento criminoso num esquema de rifas clandestinas e lavagem de dinheiro.
Pessoas pilotando e empinando motocicletas sem placa também foram registradas nos vídeos.
Veja imagens do youtuber Klebim no evento:
Além das lojas na feira, uma unidade do Departamento de Trânsito do DF (Detran) funciona no local. Instrutores do órgão, que foram trabalhar nessa quinta-feira (23/6), registraram o estacionamento e o espaço onde os itens da aula são guardados repleto de garrafas quebradas. Nem as cadeiras foram poupadas da degradação.
A própria equipe fez uma limpeza para que a banca prática de motos não fosse prejudicada.
“Chegamos para dar aula de moto e vimos o vandalismo. Mijaram em cadeiras e mesas. Para quem precisou trabalhar no dia seguinte foi um horror. Tivemos que jogar sabão com detergente na área onde ocorrem as aulas por conta do cheiro ruim”, conta uma instrutora que prefere não se identificar.
Quem trabalha no local denuncia que, pela proporção do evento, não houve a presença de nenhum órgão de fiscalização, seguranças ou Corpo de Bombeiros Militar (CBMDF). Alguns feirantes relataram ainda ter acionado a Polícia Militar (PMDF), mas nenhuma equipe da corporação teria ido ao local.
Nos boxes, a situação para quem chegou de manhã foi ainda pior. Em alguns pontos, fezes, urina e vômito nas portas dos boxes espalharam mau cheiro no espaço. Os feirantes tiveram que se mobilizar para lavar os corredores e lojas.
“As pessoas estão trabalhando em um fedor danado aqui. Nosso medo é não saber o que eles podem fazer da próxima vez que tiver evento aqui. Eles vão quebrar motos, tocar fogo?”, questiona a profissional.
Cleonice de Jesus foi uma das feirantes que surpreendeu-se ao chegar na sua loja para trabalhar e encontrou o espaço sujo. “Estava a maior imundice, fiquei muito triste com a cena. Ainda poderia ter acontecido algo mais sério. O pouco que está trabalhando lá não tem assistência, a feira fica toda aberta. Quem organizou o evento deveria se responsabilizar”, defende.
Fiscalização e policiamento
Em nota, o DF Legal informou que o evento se tratava de um encontro automobilístico marcado pelas redes sociais e que não possuía atividade econômica relacionada, como a cobrança de ingresso, por exemplo. “Sendo assim, por parte da pasta, não há irregularidades que pudessem ser objeto de ação fiscal”, informou.
Procurada pela reportagem do Metrópoles, a Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF) relatou que não houve cadastro do evento junto à pasta, no entanto, quando cientes da situação, as forças de segurança foram mobilizadas para acompanhamento.
A administração do Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), responsável pelo Shopping Popular, comunicou não ter tomado conhecimento da festa e, também, negou ter recebido pedido de autorização para a realização.
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